Nem dia de festa… Confira porque há pouco a se celebrar nos 134 anos da abolição da escravatura

É bem possível que você tenha aprendido na escola que no dia 13 de Maio de 1888 foi assinada a Lei Áurea, que acabou com a escravidão no Brasil

Responsável pela lei, a Princesa Isabel é tratada como “heroína”. Chegou a ser celebrada em um programa de TV como a segunda "maior brasileira de todos os tempos" e foi exaltada em um dos sambas-enredo mais famosos  da história

*Liga o som aê!*

Mas o que aconteceu com os cerca de 750 mil negros e negras que viviam no Brasil no dia 14 de maio?

Sem comida, casa e trabalho, os recém libertos criaram estratégias de sobrevivência. Outros permaneceram sob o controle dos antigos “donos". Por conta disso, os movimentos negros defendem que o país comemora uma falsa abolição

De acordo com a geógrafa e mestranda Jamila Reis Gomes, o pós-abolição deixou ainda o preconceito da cor, da escravidão e o conjunto de leis que criminalizam  pessoas negras

“Os locais ocupados pelos negros e pessoas pobres ficavam no alto, com difícil acesso, algo que gerava certa segurança a eles”, explica Jamila. Isso te lembra alguma coisa?

"A favela é um espaço excluído, onde faltam políticas públicas e investimentos, onde as pessoas precisam criar táticas para sua sobrevivência

Há um entendimento que o 13 de maio deveria ser um dia de denúncia enquanto 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, serve para representar os valores da comunidade preta

Para tentar mudar este cenário, em 2003 entrou em vigor a Lei 10.639, que estabelece o ensino da “História e Cultura Afro-Brasileira” nas diretrizes e bases da educação nacional

"A questão é refazer a história. Relacionar o que se deve celebrar e o que se deve lamentar, corrigir e reparar para que erros/crimes não mais ocorram", defende José Adão de Oliveira, cofundador do Movimento Negro Unificado

Seta

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Adaptação do texto: Cleberson Santos Imagens: Léu Britto/ Agência Mural; e Arquivo Pessoal Edição: Tamiris Gomes Arte e montagem: Matheus Pigozzi