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Agência de Jornalismo das periferias

Por: Cleberson Santos | Isabela Alves | Katia Flora | Matheus Oliveira | Nathália Ract da Silva

Edição: Paulo Talarico

Publicado em 28.03.2024 | 19:06 | Alterado em 29.03.2024| 9:06

RESUMO

Golpe completa 60 anos nesta semana e moradores das periferias de São Paulo e da Grande São Paulo apontam os impactos do regime nos territórios e a necessidade de que essa história não seja esquecida

Tempo de leitura: 2 min(s)
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Quando na madrugada de 31 de março para o dia 1º de abril de 1964 foi iniciado o golpe que derrubou o governo João Goulart, o Brasil dava início a um período de 20 anos de ditadura militar. Foram duas décadas da abolição de direitos, da perseguição do estado brasileiro contra opositores com prisões e tortura e o fim dos direitos políticos. Mas como foi esse período nas periferias?

A Agência Mural traz uma parte dessa história mostrando que o regime teve em diversas periferias de São Paulo e na Grande São Paulo.

A ditadura nas periferias reprimiu fortemente o movimento operário; sindicatos sofreram intervenção estatal, lideranças foram presas e torturadas, e bairros periféricos foram usados como ponto para esconder os corpos de vítimas do Estado. Por outro lado, outros grupos nasceram para lutar por direitos, como o Clube de Mães, o movimento pela saúde e contra a alta dos preços.

O período marca a história de São Paulo. Foi uma época em que as periferias explodiram no número de habitantes, muitas removidas de áreas centrais, enquanto a contrapartida de serviços públicos não chegou na mesma velocidade. A desigualdade persiste até os dias de hoje.

Impacto da ditadura nas periferias foram vários @Magno Borges/Agência Mural

Para entender esse contexto, a Mural ouviu historiadores das quebradas, moradores que viveram nas periferias nessa época e trabalhadores que sofreram com a repressão. Eles também criticaram a decisão do governo federal, sob o comando do presidente Lula (PT), de não abordar os 60 anos do golpe.

Comissão da Verdade

A Comissão Nacional da Verdade traz uma série de fatos que marcaram as periferias de São Paulo. No relatório, cemitérios utilizados para enterrar vítimas como indigentes e assassinatos de operários estão entre as conclusões.

Movimentos e formação dos territórios

Em entrevista à Mural, o historiador Adriano Souza elenca os movimentos de resistências das periferias e, também, como o período da ditadura contribuiu para a formação da cidade de São Paulo nos dias de hoje, segregando populações nas periferias.

Pancadaria do Ó

Na Brasilândia, na zona norte de São Paulo, a escritora Sônia Regina Bischain relata como protestos na região eram repreendidos pelo governo e o episódio que ficou conhecido como a Pancadaria do Ó.

Mulheres na zona sul

A líder comunitária Adelia Prates atua há 45 anos no Grajaú e sofreu perseguição por atuar em prol de causas sociais na zona sul de São Paulo.

Greves

No ABC, dois sindicalistas no tempo da ditadura relembram a repressão e como a ditadura invadia também as fábricas.

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Cleberson Santos

Correspondente do Capão Redondo desde 2019. Do jornalismo esportivo, apesar de não saber chutar uma bola. Ama playlists aleatórias e tenta ser nerd, apesar das visitas aos streamings e livros estarem cada vez mais raras.

Isabela Alves

Graduada em jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi (UAM) e pós graduanda em Mídia, Informação e Cultura pelo Celacc/USP. Homenageada no 1° Prêmio Neusa Maria de Jornalismo. Correspondente do Grajaú desde 2021.

Katia Flora

Jornalista com experiência em jornalismo online e impresso, tem publicações em diversos veículos, como Uol, The Intercept e é ex-trainee da Folha de S. Paulo no programa para jornalistas negros. Correspondente de São Bernardo do Campo desde 2014.

Matheus Oliveira

Jornalista, educomunicador e correspondente de São Mateus desde 2017. Amante de histórias e de gente. Olhar sempre voltado para o horizonte, afinal, o sol nasce à leste.

Nathália Ract da Silva

Historiadora e Fotojornalista. Realizadora do documentário curta-metragem "Chile de olhos bem abertos". É contadora de histórias na biblioteca da Fábrica de Cultura do Jaçanã. Correspondente do Jaçanã desde 2023.

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