Manifestação cultural vem crescendo nas periferias
O movimento surgiu no século XVIII, em Pernambuco, como forma de resistência dos africanos escravizados. Eles recriaram o ritual da coroação dos reis do Congo para afirmar sua identidade.
Existem dois tipos principais de Maracatu: – Maracatu-Nação (ou baque virado): o mais antigo, ligado a cortejos reais. Origem: Região Metropolitana de Recife. – Maracatu-Rural (ou baque solto): mais recente, com forte presença de trabalhadores rurais e elementos do folclore indígena. Origem: Zona da Mata de Pernambuco.
O Maracatu-Nação acontece em cortejo, conduzindo bonecas negras de madeira, conhecidas como calungas. O cortejo conta com Porta-Estandarte, Damas de Frente, Orixás e Lanceiros.
Já no Rural, o personagem principal é o caboclo de lança. Na dança, os foliões formam um círculo maior e externo. Em um círculo menor, ficam as baianas e as damas de buquê.
Instrumentos do Maracatu: – Gonguê – Alfaias – Agbê – Caixa de Guerra – Atabaque – Ganzá
Em São Paulo, o movimento também tem forte presença nas periferias. Alguns exemplos são o Maracatu Agô Anama, a Cia Caracaxá, o Maracatu Ilê Alafiá e o Baque Atitude.
Uma pesquisa mostra que cerca de 88% dos integrantes do Baque Atitude veem o movimento como um instrumento de combate ao racismo e de fortalecimento cultural.
Você já conhecia o Maracatu e suas diferentes expressões? Mais do que ritmo e dança, ele preserva memórias africanas, fortalece a cultura popular, combate o racismo e inspira jovens.
Reportagem: Daniel Santana Edição: Paulo Talarico e Sarah Fernandes Montagem e ilustração: Magno Borges