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Nascida no interior da Bahia,  Terezinha dos Santos Matos, 58, se mudou para São Paulo para sair da realidade da roça. Após uma depressão, ela voltou a plantar e recuperou a saúde criando uma horta em São Mateus, na zona leste

Agricultores criam hortas embaixo de torres de energia e empreendem nas periferias

Isabela Alves/Agência Mural

Conheça a história de quatro trabalhadores, da zona sul e da zona leste da capital paulista, que transformaram terrenos ociosos por meio da agricultura

Por: Isabela Alves

Notícia

Publicado em 04.06.2025 | 16:52 | Alterado em 05.06.2025 | 11:04

Tempo de leitura: 4 min(s)

Terrenos ociosos que estavam esquecidos pela população ganharam uma nova função social e significado para alguns territórios nas periferias de São Paulo. Diversos agricultores das quebradas estão ocupando os terrenos embaixo de torres de transmissão de energia elétrica para cultivar alimentos e também ganhar o sustento.

Nesta fotorreportagem publicada na semana do Dia do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho, a Agência Mural te leva para acompanhar a trajetória de quatro exemplos de empreendedores: dois no Grajaú, na zona sul da capital, e dois em São Mateus, na zona leste.

Unidos pelo amor à terra e a vontade de alimentar as comunidades, esses profissionais enfrentam diversos desafios, mas também se sentem compensados por trabalharem com agricultura familiar em meio ao concreto e levar comida saudável para o prato de muitos moradores locais.

Clique na seta no canto esquerdo da imagem para abrir a galeria:

Alda Nubia, 54, trabalha como florista há 24 anos no Grajaú, e mantém uma horta comunitária no bairro Cantinho do Céu @Isabela Alves/Agência Mural

O local abriga 200 tipos de plantas. Além das flores, ela também cultiva ervas como o pé de alecrim, manjericão e arruda @Isabela Alves/Agência Mural

Ela criou o negócio após o nascimento da filha com 8 meses, para se dedicar aos cuidados da criança e trabalhar apenas para si mesma. “Amo estar aqui. Venho todos os dias de manhã.” @Isabela Alves/Agência Mural

Primeiro, começou a vender em um salão ao lado da casa. “Todo o dinheiro que investi, que na época foi R$ 500, me voltou R$ 1500. Nunca mais trabalhei em outra coisa.” @Isabela Alves/Agência Mural

Para ela, vender flores nas periferias é um grande sucesso. “Aqui o pessoal é bem romântico. Eu vendo carinho, conquista e alegria”. @Isabela Alves/Agência Mural

Cria do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), Karen Mirante, 33, atua em uma horta em São Mateus, na zona leste de São Paulo @Isabela Alves/Agência Mural

O terreno possui mais de 5.000 pés de hortaliças que vão gerar alimento para creches e moradores que vivem na região @Isabela Alves/Agência Mural

“Vivi minha infância inteira na roça e voltei para a roça de novo”, diz Karen, que também é professora de história e chefe de cozinha @Isabela Alves/Agência Mural

Nascida em Vitória da Conquista (BA), ela se mudou para São Paulo ao cursar gastronomia. Criou o espaço com Raphael Marroni, 39. “Trabalhar com agricultura, no meio da periferia, é como achar um oásis” @Isabela Alves/Agência Mural

A ideia é fazer agroecologia e oferecer alimento de qualidade a preço justo. O terreno dá frutas (banana, acerola, laranja, limão), hortaliças (alface e couve) e legumes (beterraba, abóbora, berinjela e pimentão) @Isabela Alves/Agência Mural

Apolinário Macedo, 75, cuida de uma horta desde 2002 no Jardim Monte Verde, na zona sul de São Paulo. “É uma felicidade pra mim. Todos os dias venho aqui, de manhã e tarde. Cuidando da terra.” @Isabela Alves/Agência Mural

Se mudou para o bairro em 1998 e, quatro anos depois, começou a plantar no terreno próximo de casa. Primeiro, roçou o mato, ateou fogo e começou plantando pés de bananeira, acerola e carambola. @Isabela Alves/Agência Mural

Apolinário foi um dos primeiros moradores do Grajaú a receber uma autorização da Enel para cultivar e cuidar da área, há 15 anos. “Quando cheguei, comecei a roçar e pronto, continuo por aqui” @Isabela Alves/Agência Mural

Também pegou pneus e tanques de lavar roupa que achou pelas ruas do bairro, os encheu de terra para fazer uma pequena horta com cebolas e coentros. @Isabela Alves/Agência Mural

Em sua totalidade, o terreno é muito fértil e produz diferentes tipos de alimentos, como limão, mandioca, carambola e taioba @Isabela Alves/Agência Mural

“Plantar é minha terapia. Tenho diabetes, colesterol, dor na coluna e artrose. Isso aqui me dá vida e me revigora a cada dia” @Isabela Alves/Agência Mural

“Ao plantar, estamos beneficiando o terreno. Eu tô aqui nesta luta e o tempo passando”, diz o agricultour nascido em Euclides da Cunha (BA) @Isabela Alves/Agência Mural

Nascida no interior da Bahia, Terezinha dos Santos Matos, 58, se mudou para São Paulo para sair da realidade da roça. Mas na capital criou uma horta em São Mateus que a ajudou a recuperar a saúde @Isabela Alves/Agência Mural

O terreno que antes era abandonado e cheio de mato, ganhou vida com a agricultura e hoje conta com uma cozinha, área de criação de galinhas, compostagem, e recebe crianças de creches da região @Isabela Alves/Agência Mural

“Eu saí da roça, mas a roça nunca saiu de mim”, diz Terezinha, que cresceu em uma família com 15 irmãos e desde criança trabalhava na terra. Aos 10, carregava melancias e mandiocas, colocava mangas na caixa e outras funções para ajudar o pai @Isabela Alves/Agência Mural

Nascida em Ribeira do Pombal (BA), veio para SP aos 19 anos. Em 2010, conheceu a Associação de Agricultores da Zona Leste e fez um curso de jardinagem. Ali renasceu a paixão de trabalhar com a terra. @Isabela Alves/Agência Mural

“Nossa luta é garantir que as pessoas das periferias possam consumir os orgânicos, não apenas a classe média. Nossos agricultores produzem e vendem como querem”, afirma @Isabela Alves/Agência Mural

A horta possui mais de 100 itens, entre verduras, legumes, frutas, chás e temperos. Pra ela, a mão de obra ainda é um desafio dentro da cidade, assim como o preço da água que é muito caro @Isabela Alves/Agência Mural

“Nossa função como agricultores dentro da cidade é ampliar para que esse espaço seja frequentado pela própria comunidade e para que todo mundo tenha uma alimentação saudável próximo de casa”, defende @Isabela Alves/Agência Mural

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Isabela Alves

Graduada em jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi (UAM) e pós graduanda em Mídia, Informação e Cultura pelo Celacc/USP. Homenageada no 1° Prêmio Neusa Maria de Jornalismo. Correspondente do Grajaú desde 2021.

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