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Agência de Jornalismo das periferias

Por: Isabela do Carmo

Edição: Sarah Fernandes

Publicado em 02.12.2025 | 12:27 | Alterado em 02.12.2025| 16:46

RESUMO

Esgoto a céu aberto, mofo e falta de espaço: estrutura precária de moradias compromete saúde de crianças em Heliópolis

Tempo de leitura: 2 min(s)
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Pequena, fácil de aconchegar no colo, Valentina tinha apenas um ano e meio quando foi levada às pressas a um pronto-socorro em São Caetano do Sul, no ABC Paulista. Roxa e sem respirar, chegou nos braços da mãe, Suzana Teixeira da Silva, 44, que correu em desespero.

Antes mesmo de dar os primeiros passos ou dizer as primeiras palavras, Valentina já tinha sofrido os efeitos de uma das marcas mais cruéis do Brasil: a desigualdade social. Ela enfrentava dificuldade para respirar, devido a bronquite asmática agravada pelas condições da casa em que vivia.

Magno Borges/ Agência Mural

Até os três anos, Valentina e o irmão gêmeo, Davi, moravam com os pais em um puxadinho nos fundos da casa da avó materna, em um espaço de três cômodos na favela de Heliópolis, na zona sul de São Paulo. As paredes frias e úmidas tinham mofo e o ar mal circulava pelas duas pequenas janelas da cozinha e do banheiro.

Hoje, aos cinco anos, ela ainda depende da bombinha de Aerolin e, quase todos os dias, precisa tomar Prednisolona, medicamento usado para controlar inflamações e alergias.

‘Era tudo muito abafado. O quarto onde a gente dormia não tinha janela, e a poeira se acumulava. Só a cozinha e o banheiro deixavam o ar entrar. Tinha muita infiltração.

Suzana Teixeira

O caso não é único e exemplifica uma unanimidade entre especialistas: as condições sociais são determinantes no desenvolvimento de uma criança. Acesso a saneamento básico, moradia digna e ambientes seguros interfere diretamente na evolução física, emocional e cognitiva, principalmente de quem tem entre 0 e 6 anos.

Mas a casa, porta de entrada para todos os outros direitos, ainda é um dos principais marcadores de desigualdade para as crianças de São Paulo.

Ilustração de Suzana Teixeira @Magno Borges/ Agência Mural

Nesta reportagem, a Agência Mural apresenta relatos e evidências de como as moradias e a estrutura urbana de Heliópolis, uma das maiores favelas de São Paulo, afetam o desenvolvimento das crianças, além de mostrar como os equipamentos sociais têm atuado para mitigar essas ausências e garantir, na prática, o direito à infância.

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Isabela do Carmo

Jornalista e pós-graduanda em Direitos Humanos e Lutas Sociais pela UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo). É correspondente de Heliópolis desde 2023.

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