O que rolou nas periferias no segundo ano de pandemia
Paulo Talarico
Por: Paulo Talarico
Os últimos 12 meses foram intensos. A pandemia teve o pior momento no primeiro semestre. A perda de renda somada e alta dos preços levou mais moradores das periferias a passarem dificuldades. Por outro lado, não faltaram histórias de solidariedade, novos negócios, pessoas que por necessidade buscaram outras formas para sobreviver. Teve também muita cultura espalhada por toda a Grande São Paulo.
Fizemos uma pequena retrospectiva sobre como foi este ano para as periferias de São Paulo e os destaques da cobertura da Agência Mural em 2021.
A pandemia começava a entrar no período mais tenso no Brasil, mas após a flexibilização no fim de 2020, muita gente seguiu pelas ruas. A pergunta “Por que aglomero?” foi o mote de uma reportagem especial que ouviu jovens de diversas periferias sobre a ida a festas nesse período.
Os motivos iam desde as mentiras espalhadas sobre a Covid-19 até pessoas que frequentavam esses espaços para garantir renda em meio à crise econômica – nessa época, o auxílio emergencial estava suspenso e moradores começavam a relatar o receio da fome.
Se a vida estava complicada, imagina para as crianças. Em um ano de pandemia, a sensação de medo do vírus e a saudade dos amigos marcava a vida delas em periferias de São Paulo. E em meio à crise, a perda de direitos trabalhistas e a necessidade de renda agravou diversas situações como o aumento das favelas ou do trabalho precário.
Essa articulação foi apenas uma das formas que moradores das periferias buscaram para se ajudar. Outro movimento foi o do funk. Influenciadores ajudaram comércios locais com a divulgação de serviços e produtos da galera que vive na quebrada. Outros negócios informais ganharam força, como o delivery de catraca
E a COP26, Conferência Mundial do Clima, foi realizada na Escócia. Entre os brasileiros, ativistas das periferias estiveram no evento para defender que quem vive nas quebradas precisa opinar, pois são os mais afetados nas cidades pelas mudanças climáticas.
Novembro
O fim do Bolsa Família causou apreensão em famílias que agora passam a receber o Auxílio Brasil, programa que por enquanto está previsto para funcionar apenas até o final de 2022.
AAgência Muralcompletou 11 anos e lançou um novo site, que está na régua, e também publicamos as primeiras reportagens em webstories.
Além disso, contamos como novas produtoras de música das periferias têm fomentado o trabalho de artistas das quebradas. Da zona norte à zona sul, projetos tentam emplacar com clipes, sons e até vinis. Já entre as rodovias de São Paulo, a região da Dutra, em Guarulhos, é líder em vítimas por acidentes de trânsito, mostra reportagem especial.
Dezembro
No encerramento da série sobre mobilidade nas periferias, especialistas apresentam soluções para o transporte nas quebradas. Um dos pontos importantes é melhorar a intermodalidade, garantindo a integração entre vários meios.