Conheça os jovens ciclistas das periferias de SP que fazem manobras em espaços pela cidade
Não tamo falando de temperatura, primo, queimadura ou diploma. Esse grau aqui são tipos de manobras que a galera faz empinando a bicicleta, botando a roda da frente pra cima... E dá-lhe equilíbrio!
“O desafio era só tirar a roda do chão, a gente não sabia que iria se tornar o que é hoje. Quando você é mais novo não vê o risco que está correndo”, conta Alex Sousa, de Paraisópolis, zona sul
O Alex é criador do grupo "A Rua é Grau", que promove encontrões, produz vídeos e tem até produtos, como camiseta e adesivos
Utilizar equipamentos de segurança durante os treinos é indispensável, contam os ciclistas, mas muitas pessoas não seguem essa dica
“Quando comecei eu ia de chinelo e short, nem camiseta usava. Nunca caí e me machuquei ao ponto de sentir medo de tentar de novo”, explica Gustavo do Vale, que é do Jardim São Luís, também na zona sul
Gustavo publica vídeos no TikTok fazendo as manobras. Alguns já bateram mais de 1 milhão de visualizações
Em geral, as práticas são feitas em ruas menos movimentadas, fechadas ou em praças, evitando o conflito com pedestres e outros veículos. Porém, para Alex, ainda falta um espaço para que o grau seja praticado
“Se você anda de skate, em alguns parques e praças têm o espaço para andar. Se você joga futebol, tem uma quadra, o grau não. A rua não é o local adequado e no parque arrumam confusão conosco”
Além disso, parte dos adeptos defende que o grau não é crime. O Código de Trânsito diz que “conduzir motocicleta fazendo malabarismo ou equilibrando-se apenas em uma roda" é infração gravíssima. Não há, contudo, referência a bicicletas
Reportagem: Luiz Lucas Adaptação do texto: Cleberson Santos Edição: Tamiris Gomes Imagens: A Rua é Grau e Alex Sousa/Instagram, Gustavo do Vale/TikTok e Luiz Lucas/Agência Mural Arte: Magno Borges Montagem: Matheus Pigozzi