“O que chega na quebrada é o funk, mas o que a universidade produz sobre o funk não chega na quebrada”, observa o musicista Thiago de Souza, 34, o Thiagson
Recentemente ele lançou o livro “Tudo o que você sempre quis saber sobre Funk… mas tinha medo de perguntar”
Professor de música clássica e doutorando em música na USP, ele cria conteúdo sobre o universo do funk
O livro, que nasceu de um convite da editora Tipografia Musical, especializada em música clássica, foi um modo de incomodar os haters, divulgar seu trabalho científico e conectar as populações periféricas
A publicação conta com 37 capítulos, incluindo “Funk é arte, não crime”; “Qual a relação da música com o racismo?”; e “A predominância da cor branca no ensino musical”
Nela, o pesquisador reflete sobre a percepção do funk como arte, a influência do racismo na música e o papel das instituições de ensino e universidades em reforçar preconceitos e não reconhecer a riqueza desse estilo musical
Segundo Thiago, apesar dos estudos sobre funk terem começado no fim dos anos 1980, as pesquisas sobre o gênero são recentes e mostram que a sociedade ainda não reconhece o estilo como forma de arte legítima