Existe futebol de várzea de mulheres em São Paulo?

Spoiler: sim! E os times estão espalhados por várias periferias da capital e da região metropolitana

O mapeamento foi realizado em um projeto de extensão da PUC-SP, com apoio da Liga Feminina de Futebol Amador. Foram identificadas 146 equipes - 95 delas participaram da pesquisa

Uma prova é o ‘Maior Festival de Futebol Feminino de Várzea no Mundo’, que este ano foi realizado em julho, em Pedreira, na zona sul de São Paulo. O torneio reuniu 80 times e pelo menos 1.000 atletas

“Meninas relatam a dificuldade para jogar nos seus bairros. O espaço pra elas só é liberado depois que os homens jogam, no fim do dia”. Maria Amorim, organizadora do Festival e criadora da Liga

A maioria das equipes mapeadas é da zona sul de São Paulo (30%), seguida de cidades da Grande SP, com 28%. Zona leste e norte vem na sequência, com 22% e 15%, respectivamente

Apesar dessa presença, ainda há obstáculos quando o assunto é representatividade. Ao todo, 7 em cada 10 times femininos são treinados por homens. E 6 em cada 10 são comandados por homens

A historiadora Aira Bonfim defende que o festival e o mapeamento são formas de dar voz à várzea feminina e de reivindicar lugares na maioria das vezes ocupados por homens, como a direção dos times

“Tem que oferecer o campo, bons horários e negociar tarefas de casa. Quem vai cuidar, limpar e fazer o almoço na hora do jogo?” Aira Bonfim, mestre em História, Política e Bens Culturais pela FGV-RJ

No site da Agência Mural, você confere outras reportagens sobre o futebol feminino nas quebradas e os desafios das minas da várzea Clique Abaixo

Reportagem: André Santos, Jacqueline Maria da Silva, Jariza Rugiano e Paulo Talarico 0 Edição: Sarah Fernandes 0 Arte e montagem: Matheus Pigozzi 0 Imagens: Jacqueline Maria da Silva, Jariza Rugiano e André Santos