Esqueça as vassouras, caldeirões, teias de aranha, verrugas e todo tipo de estereótipo que a cultura pop criou sobre as bruxas
Quebrando essa imagem que o cinema e as histórias infantis criaram, vamos falar sobre duas mulheres que se consideram bruxas pretas periféricas
A Nathalia Bernardo é do bairro Parque São George, em Cotia, e é conhecida nas redes sociais como a Oraculista de Quebrada
"Em sânscrito [língua ancestral de origem indiana], bruxa significa sabedoria, carregar um saber ancestral. Eram consideradas bruxas quem tinha o dom de curar. É um termo bem incrível",
defende Nathalia
O primeiro contato dela com a bruxaria veio justamente de suas ancestrais mais próximas, como a avó que era curandeira e benzedeira, e depois quando passou a frequentar um centro
de umbanda
"Conheci entidades e pessoas que me acolheram de verdade e que me ajudaram nesse processo de conhecer minha ancestralidade e os meus dons, ter acesso ao que
posso fazer"
Já a Ana Pinheiro se entendeu como bruxa durante a pandemia e, desde então, assumiu o nome A Bruxa Livre nas
redes sociais
Ela mora na Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte de São Paulo, e trabalha como terapeuta holística, taróloga e maquiadora
"Me considero bruxa porque procuro viver uma vida mais ligada à natureza. Meu único propósito é o autoconhecimento, melhorar minha forma de viver, minha relação com a terra e
comigo mesma"
Outro estereótipo ligado às bruxas tem a ver com a branquitude. Para Ana, é preciso desmistificar o universo da bruxaria e mostrar a diversidade que
há nele
"A gente precisa mudar o imaginário. Nem toda bruxa preta segue uma matriz africana ou sacerdotisa de alguma deusa. Nós também somos múltiplas e diversas"
Reportagem: Halitane Rocha
Adaptação do texto: Cleberson Santos
Edição: Tamiris Gomes
Arte e Montagem:
Matheus Pigozzi