Se você mora ou trabalha na capital paulista, já deve ter passado por um muro com alguma dessas frases
O responsável por espalhar o convite “ver a cidade” é o artista Mauro Neri, um dos nomes mais conhecidos do grafite paulistano
É dele também as casinhas amarelas, com porta e janelas da cor marrom
E os grafites com pessoas olhando pro céu
Ele era apenas um garoto quando foi convidado para ilustrar um livro infantil da poeta e filósofa Maria Vilani
Para quem não conhece, Maria Vilani é também mãe do rapper Criolo. Ambos foram professores de Mauro durante a época de escola no Grajaú, região onde cresceu na zona sul de São Paulo
Por influência dela, Mauro passou a dar aulas de desenho para as crianças do bairro. E foi assim que ele começou a ter contato com o grafite
"Minha vida mudou muito com essa coisa do grafite, que foi junto a coisa do professor também. Antes de ter um trabalho autoral, eu já tava dando aula de grafite"
Em 2002 ele começou a espalhar os primeiros desenhos pela cidade. E tudo com um estilo bem próprio
"Acho que vou fazer eles olhando pra cima, vai ser um jeito de me distinguir e vai ter a ver com essa pegada existencial filosófica que eu tenho, né?”
Já a famosa frase, "ver a cidade", foi inspirada na música “A Gente Precisa Ver o Luar”, de Gilberto Gil
"Comecei a escrever "o que a gente precisa ver". Depois "ver", aí "ver e viver", "ver a cidade""
Além disso, "ver a cidade" é um estímulo a observar as desigualdades que estão ao nosso redor
"O que a gente mais precisa ver? Ver, viver, né? Eu repito essas mensagens porque acho que ainda não foi suficientemente compreendida"