Borba Gato
de Júlio Guerra,
Santo Amaro
O que as estátuas de SP nos dizem?
Os monumentos de uma cidade contam a história daquele lugar, ou pelo menos indicam o que ela considera importante homenagear.
São Paulo tem 367 monumentos. Desse número, 199 são figuras humanas.
Conta féria
de Ricardo Cioicchia,
Praça Dr.João Mendes
24 têm formas humanas ditas femininas.
189 têm formas humanas masculinas.
Adoniran Barbosa
de Luiz Morrone
Praça Dom Orione
Monumento a Pereira Barreto
de Galileo Emendabili,
Praça Marechal Deodoro
Além disso, apenas quatro monumentos homenageiam pessoas indígenas (e são todos homens).
O Ìndio e o Tamanduá
de Ricardo Cippichia,
Praça Marechal Deodoro
Dos 367 monumentos de São Paulo, cinco representam pessoas negras. E somente um deles tem a figura de uma mulher preta.
Mãe Preta
de Júlio Guerra,
Largo do Paissandu
Entre os homenageados estão o advogado abolicionista Luiz Gama, o líder do Quilombo dos Palmares Zumbi e o arquiteto alforriado Tebas. Todos na região central da cidade.
Tebas
Zumbi
Luiz Gama
Dois a cada dez monumentos que têm figuras humanas estão fora do centro expandido, ou seja, em regiões periféricas.
E por que é importante saber quem são as figuras que uma cidade homenageia? A autora nigeriana explica no livro "O perigo de uma história única":
"As histórias podem quebrar a dignidade de um povo. Mas as histórias também podem reparar essa dignidade quebrada."
Para os próximos anos, em São Paulo, há a promessa das estátuas em homenagem a personalidades negras como Carolina Maria de Jesus, Itamar Assumpção e Geraldo Filme, por exemplo.
Adaptação do texto: Cleberson Santos
Edição: Tamiris Gomes
Arte: Magno Borges
Montagem: Matheus Pigozzi
Fonte: Pesquisa “A Presença Negra nos Espaços Públicos de São Paulo", do Instituto Pólis