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32xSP

Moradores do Campo Limpo cobram por habitação em audiência

Saneamento básico também esteve entre principais demandas. Encontros para Elaboração da Proposta de Lei Orçamentária Anual (PLOA) vão até dia 26

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Por: Redação

Publicado em 17.07.2018 | 16:09 | Alterado em 17.07.2018 | 16:09

Tempo de leitura: 3 min(s)
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Paraisópolis, uma das maiores favelas de SP, na Vila Andrade, zona sul de SP (Vagner de Alencar/32xSP)

No último sábado (14), a Secretaria Municipal da Fazenda de São Paulo iniciou a série de audiências públicas que acontecerá em todas as 32 prefeituras regionais da cidade de São Paulo. O objetivo é ouvir as demandas da população que servirão de subsídio para elaboração da Proposta de Lei Orçamentária Anual (PLOA).

Os encontros acontecerão até o dia 26 e qualquer morador poderá comparecer para expor dúvidas, opiniões e propostas sobre onde e como a Prefeitura pode investir o dinheiro da cidade.

O 32xSP acompanhou a audiência realizada no Campo Limpo, na zona sul da capital paulista. O evento foi realizado no auditório do CEU Campo Limpo e contou com a presença de cerca de 50 moradores.

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O encontro foi conduzido por Estevão Nicolau Rabbi dos Santos, analista de Políticas Públicas da Coordenadoria de Planejamento (COPLAN) da Secretaria Municipal da Fazenda de São Paulo, com acompanhamento de Claudete Pereira da Silva, prefeita regional do Campo Limpo que assumiu o cargo neste mês

De acordo com dados oficiais do IBGE – Censo 2010, a regional do Campo Limpo possui mais de 600 mil habitantes, considerada a mais populosa do município. Por lá, estão os distritos do Campo Limpo, Capão Redondo e Vila Andrade.

O local é constituído por inúmeras ocupações, principalmente às margens de córregos e próximas a conjuntos populares como CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) e Cohab (companhia de habitação), o que torna a luta por moradia parte da história do território.

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Audiência sobre orçamento da cidade de SP, no Campo Limpo, zona sul (Giselle Alexandre/32xSP)

SANEAMENTO E MORADIA

Saneamento básico e moradia foram as demandas centrais entre moradores que compareceram à audiência. Para o engenheiro Ricardo Fernandes Lima, nascido e crescido no distrito do Campo Limpo, há anos a região vive sem canalização dos córregos.

“É um processo demorado e caro, mas não adianta sonhar. Acreditamos que é possível, com ideias simples, minimizar os problemas que são muitos para aqueles que vivem nas proximidades”, conta ele, que já fez até abaixo-assinado para cobrar obras de revitalização.

“Foram 150 assinaturas pedindo que a regional faça um projeto paliativo de revitalização no entorno do córrego do Pirajuçara. Sem saneamento básico e com descarte de lixo desordenado, fica impossível viver com dignidade”, finaliza Lima.

Moradora do Morro da Lua, no Jardim Ingá, Josiane Oliveira da Silva também espera por saneamento básico, mas prioriza a habitação. A comunidade onde ela vive também pertence ao distrito de Campo Limpo.

“O que mais nos preocupa neste momento é o processo de desocupação que está em andamento e vai desabrigar 500 famílias, por isso venho pedir a atenção da prefeita para construção de um muro de arrimo para dar segurança às famílias que moram lá. Quem sabe assim a gente consiga evitar essa desocupação”, afirma Josiane.

LÍDER EM FAVELAS

De acordo com dados mais recentes do Mapa da Desigualdade, da Rede Nossa São Paulo, a prefeitura regional do Campo Limpo é campeã em número casas em favelas em São Paulo

São 59.483 para o total de 185.726 domicílios, o que corresponde a mais de um terço do total de moradias.

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A Vila Andrade, onde está Paraisópolis, uma das maiores favelas do estado, é o distrito com o maior índice de casas; enquanto o Campo Limpo ocupa a quinta posição.

“É preciso aumentar o investimento em moradia e construir casas para quem está em área de risco, só assim vamos parar de ‘enxugar gelo’ e resolveremos o problema definitivamente”, ressalta Luis Eduardo Moraes, morador do Campo Limpo e coordenador de Governo Local da regional de Campo Limpo.

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