Pessoas da terceira idade reivindicam acesso à saúde nos bairros dos futuros gestores
Malu Marinho/Agência Mural
Por: Barbara Paula | Malu Marinho
Notícia
Publicado em 08.10.2024 | 10:22 | Alterado em 08.10.2024 | 10:22
Mesmo sem a obrigatoriedade de voto, o gari Manoel dos Santos, 71, morador do Grajaú, compareceu ao colégio eleitoral neste domingo (6) para escolher o candidato a prefeito e vereador.
Apesar de ter sido escalado para limpar as ruas dos santinhos jogados nas calçadas, o profissional diz acreditar na importância do voto, e após o apoio do neto de 16 anos decidiu ir às urnas. “Temos que acreditar que estamos ajudando na mudança da cidade”.
Manoel, recolhendo os santinhos espalhados na calçada do Grajaú @Malu Marinho/Agência Mural
A obrigatoriedade do direito ao voto começa aos 18 anos e termina aos 70 anos, sendo que a partir dos 16 já se pode comparecer às urnas, e permanecer votando mesmo depois da idade requerida por lei.
De acordo com o TSE, mais de 3,4 milhões de eleitores e eleitoras com 70 anos ou mais, estão aptos a votar nas eleições 2024 em São Paulo. Esse grupo corresponde a 10% do eleitorado do estado, formado por mais de 34,4 milhões de paulistas.
A aposentada Luisa Marilac Lira dos Santos, 71, moradora do Capão Redondo vota na escola municipal Dr. João Pedro de Carvalho Neto, há mais de 20 anos. “Vim votar hoje, porque para mim votar é um dever da gente. Enquanto tiver pernas, virei votar”, afirmou.
Luisa Marilac Lira, aposentada, avalia a importância do voto @Barbara Paula/Agência Mural
Já a dona de casa e revendedora, Luiza Pereira, 74, moradora da Cidade Dutra, decidiu ir às urnas após a neta de 21 anos alertá-la sobre o papel democrático.
“Ela disse que precisava votar porque os prefeitos que ajudam nos postos, UPAS, UBS”, afirmou, numa referência a obrigação dos gestores em cuidar dos equipamentos de saúde municipal.
‘São lugares que quando a gente vai ficando mais velho, frequenta mais. Eu não queria vir, mas depois dela falar tudo isso, me convenci de que era importante’
Luiza Pereira, dona de casa
Luiza Pereira, diz que os prefeitos precisam propor melhorias à saúde na terceira idade @Malu Marinho/Agência Mural
Saúde e transporte são os temas mais abordados pela terceira idade. Maria do Socorro Figueiredo, 74, também moradora do Capão Redondo, afirma que o voto é importante justamente para reivindicar direitos e acesso à saúde.
“As coisas estão muito caras, tenho dificuldades na questão da saúde, há tempos estou na fila para agendar exames, meu voto é para exigir melhoras nisso”.
Confira o que há nos planos de governo dos candidatos ao segundo turno sobre a população idosa nas periferias.
Dentro das propostas voltadas para a terceira idade, destaca-se a atualização dos cadastros de pessoas idosas em situação de vulnerabilidade, para garanti-las dentro dos projetos de habitação.
Além disso, há também a criação de um projeto dentro das periferias, voltado ao cuidado com as pessoas idosas, com equipes de acompanhamento intergeracional. De acordo com a proposta, nesse espaço criado, haverá acesso a serviços de cuidados, teleassistência, educação, lazer e cultura.
Manutenção e expansão das políticas de assistência nas periferias, assim como saúde e segurança da população idosa, asseguradas pelo governo do ex-prefeito Bruno Covas.
Os eleitores que não estiverem em suas cidades no primeiro e no segundo turnos das eleições municipais não poderão votar e devem apresentar justificativa, com prazo de 60 dias para justificar a ausência deste domingo.
No caso do voto facultativo, ou seja, não obrigatório, se o/a eleitor(a) não comparecer à urna, não é necessário justificar a ausência, podendo votar normalmente em eleições futuras se assim desejar.
Jornalista, comunicadora e modelo. Apaixonada por moda, poesia, fotografia, arte e cinema. Uma geminiana, humanista e ovolactovegetariana muito falante e risonha. Correspondente de Capão Redondo desde 2023.
Jornalista ProUnista formada pela PUC é correspondente do Grajaú desde 2023. Premiada pelo Instituto Vladimir Herzog na categoria Jovem Jornalista. É pesquisadora da cultura Rom/cigana, com um livro escrito a partir de relatos da comunidade.
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