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Agência de Jornalismo das periferias

Isabela do Carmo/ Agência Mural

Por: Isabela do Carmo

Notícia

Publicado em 02.12.2025 | 12:16 | Alterado em 02.12.2025 | 16:40

Tempo de leitura: 2 min(s)

Em Heliópolis, uma das maiores favelas de São Paulo, marcada pelo adensamento de moradias e falta de áreas verdes, a creche se torna para as crianças uma alternativa de contato com a natureza.

É de olho neste desafio que atua o CEI Minervino – gerido pela organização social UNAS Heliópolis e Região. A creche promove atividades que conectam os alunos à natureza e ao próprio território.

Eucilena Monteiro, 45, coordenadora pedagógica da unidade, defende que é essencial ampliar oportunidades para as crianças e fortalecer a qualidade da educação infantil. “O mais importante é garantir a infância – dentro e fora da creche, na sala e na rua. Infância é alegria, imaginação, energia, descoberta”.

Da esquerda para direita, Laura, Sam e Helena, alunos do CEI Minervino, em Heliópolis
Da esquerda para direita, Nathan, Jhulia e Valentina, alunos do CEI Minervino, em Heliópolis

Da esquerda para direita, Laura, Sam e Helena, alunos do CEI Minervino, em Heliópolis

Da esquerda para direita, Nathan, Jhulia e Valentina, alunos do CEI Minervino, em Heliópolis @Isabela do Carmo/ Agência Mural

O planejamento pedagógico articula diferentes experiências que ampliam o repertório infantil. Entre as atividades, a equipe trabalha a importância do cuidado com o meio ambiente e o resgate de brincadeiras tradicionais, promovendo leitura coletiva, momentos de interação no parquinho entre as turmas, pintura, além da coleta de plantas e sementes no bairro para uso em desenhos.

Na creche, as crianças também têm a oportunidade de entrar em contato direto com a natureza: fazem pequenas plantações, observam sementes germinarem, conhecem diferentes tipos de grãos e, as mais velhas, aprendem noções de coleta seletiva de lixo.

Elcilena, coordenadora pedagógica do CEI Minervino, em Heliópolis @Isabela do Carmo/ Agência Mural

O centro também desenvolve o projeto em prol da diversidade cultural, valorizando diferentes culturas de forma lúdica e inclusiva. Apesar dos avanços e do trabalho cotidiano, Eucilena ressalta que as carências ainda são muitas. “Gostaria que tivéssemos mais parques, mais áreas verdes, mais espaços para as crianças brincarem”, diz.

E por que não deixar que as crianças sonhem e projetem sua cidade dos sonhos? A Mural fez este convite e, com lápis de cor e papel, elas reivindicaram árvores gigantes e parques para correr.

Laura brinca dentro de casa, cercada pela família. No desenho, deixou escapar um sonho simples: ter árvores e um lago com peixes por perto.
Sam: Entre risadas com o irmão, prefere os jogos no celular. No papel, colocou o que vive todos os dias. A brincadeira que cabe na palma da mão, assistindo a vídeos no celular porque, do lado de fora, faltam espaços para sair e brincar.
Helena desenhou o que mais gosta: o aconchego de brincar com a família, onde tudo vira descoberta. Mas, em seu sonho de criança, deseja que Heliópolis tenha um dia uma árvore gigante.
Nathan imaginou o bairro como gostaria que fosse: um parquinho colorido, árvores vivas, escorregadores altos. Mas lembrou que, muitas vezes, o que encontra é a rua alagada depois da chuva forte em Heliópolis. Aspas:
Jhulia registrou o espaço de brincar dentro da creche, lugar onde o território parece mais leve.
Valentina: Entre família e as amigas do CEI, encontra suas brincadeiras favoritas. No desenho, pediu mais vida ao bairro: mais animais, mais borboletas, mais asas ao redor da infância.

Laura brinca dentro de casa, cercada pela família. No desenho, deixou escapar um sonho simples: ter árvores e um lago com peixes por perto. @Divulgação

Sam: Entre risadas com o irmão, prefere os jogos no celular. No papel, colocou o que vive todos os dias. A brincadeira que cabe na palma da mão, assistindo a vídeos no celular porque, do lado de fora, faltam espaços para sair e brincar. @Divulgação

Helena desenhou o que mais gosta: o aconchego de brincar com a família, onde tudo vira descoberta. Mas, em seu sonho de criança, deseja que Heliópolis tenha um dia uma árvore gigante. @Divulgação

Nathan imaginou o bairro como gostaria que fosse: um parquinho colorido, árvores vivas, escorregadores altos. Mas lembrou que, muitas vezes, o que encontra é a rua alagada depois da chuva forte em Heliópolis. Aspas: "Quando chove muito, não dá para brincar na rua. E seria bom se tivesse mais parquinhos." @Divulgação

Jhulia registrou o espaço de brincar dentro da creche, lugar onde o território parece mais leve. @Divulgação

Valentina: Entre família e as amigas do CEI, encontra suas brincadeiras favoritas. No desenho, pediu mais vida ao bairro: mais animais, mais borboletas, mais asas ao redor da infância. @Divulgação

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Isabela do Carmo

Jornalista e pós-graduanda em Direitos Humanos e Lutas Sociais pela UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo). É correspondente de Heliópolis desde 2023.

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