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“A Cidade Ademar precisa de tudo que venha do poder público”, diz conselheiro

Por: Redação

Parque dos Búfalos, parque em regeneração (Reprodução)

Marcos Oliveira, 36, nasceu na Vila Joaniza, bairro no coração da Cidade Ademar, zona sul da capital. Nos últimos dois anos, ele passou a fiscalizar de perto os problemas locais. Como conselheiro participativo municipal, Oliveira é sintético para dizer o que a região precisa: “tudo que venha do poder público”.

“Estamos carentes em todos os aspectos do poder público. Não temos nada. Nenhum parque aquático, nenhum clube esportivo, nenhum CEU (Centro Educacional Unificado), nenhum Sesc”, lista Oliveira, que faz parte de um grupo de trabalho voltado ao esporte, cultura e orientação social.

Com mais de 30 km², a Prefeitura Regional da Cidade Ademar tem 410 mil moradores, que vivem no distrito homônimo ou no de Pedreira. A região surgiu em meados dos anos 60, durante o processo de industrialização. Com a decadência dos fazendeiros e o surgimento das indústrias, operários e migrantes de diferentes locais do país lotearam as terras.

“A Cidade Ademar nasce como uma região de moradia, perfil que ela ainda mantem”, reforça Oliveira, que mora no bairro formado pela junção dos nomes dos ex-fazendeiros João e Nilza.

Até 1996, Cidade Ademar era administrada por Santo Amaro e chamada de periferia do centro urbano de Santo Amaro. Um ano depois, após decreto do então prefeito Paulo Maluf, o local ganhou a sua própria subprefeitura, hoje denominada prefeitura regional.

“A região parece estar organizada, mas é incrivelmente carente no lado social”, ressalta Oliveira, que afirma já ter se reunido com o novo prefeito local, o químico Júlio Carreiro, para evidenciar as necessidades do lugar.

O VIZINHO RICO

Vizinha ao Jabaquara, as duas prefeituras regionais vivenciam realidades opostas quando o assunto é oferta de serviços públicos. Com quase metade da população da Cidade Ademar, os 223 mil moradores do Jabaquara, em seu único distrito, de mesmo nome, tem dois teatros, três equipamentos culturais e um museu. Já na Cidade Ademar, o registro “zero”, de acordo com o Observatório Cidadão.

“No Jabaquara é de dar inveja. Há muitos equipamentos [culturais], o que torna a região rica”, afirma Oliveira. O conselheiro, inclusive, diz estar se aproximando do Jabaquara para dar vida a um projeto cultural de sua autoria.

“Não existe parque na Cidade Ademar, mas há no Jabaquara, na divisa com a minha região. Solicitei a autorização da prefeitura regional e da Secretaria do Verde e Meio Ambiente para fazer um projeto piloto chamado ‘Domingo Musical’, no Parque Nabuco”, explica.

Segundo ele, o projeto prevê que bandas locais se apresentem no parque, com a possibilidade de tornar essa iniciativa itinerante. “Temos palco, ação social, som, instrumentos e bandas. Mas, para se sustentar, vamos precisar da ajuda do poder público”, complementa.

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