Centenas de moradores de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, protestaram na noite deste domingo (1°), após nove pessoas terem morrido, depois de uma ação da Polícia Militar na região do baile funk da 17. A ação policial terminou em tumulto e, na correria, pessoas foram pisoteadas.
Estima-se que 5.000 pessoas estavam no baile quando a confusão começou. Imagens gravadas por moradores mostram policiais encurralando jovens e agredindo durante a operação. Alguns relatam que o clima tenso se acirrou nas últimas semanas após a morte de um policial.
Gritos como “A Quebrada Quer Paz”. “Chega de opressão”, “Justiça”, marcaram o ato que também teve críticas ao governador João Doria (PSDB). A Secretaria de Segurança Pública afirma que a operação começou após dois motoqueiros terem trocado tiros com os policiais e fugido para a região do baile.
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Na manifestação, moradores levavam cartazes e cruzes, em referência às mortes. Também foi feito um minuto de silêncio e uma oração. Motociclistas fizeram ainda um buzinaço.
Os moradores também entoaram o Rap da Felicidade, música tradicional das comunidades. “Eu só quero é ser feliz e andar tranquilamente na favela em que eu nasci, e poder me orgulhar e ter a consciência que o pobre tem seu lugar”
Mais cedo, a página de Paraisópolis no Facebook publicou um texto em solidariedade aos familiares. “Não aceitaremos calados, exigimos justiça com a punição dos culpados. Paraisópolis e as comunidades precisam de ações sociais para enfrentar suas dificuldades, mais do que remediar, precisamos prevenir. CHEGA de violência, queremos paz”.