Desde janeiro de 2016, a aposentada Maria Quitéria da Silva, 67, ouve o filho mais velho dizer que quando o CEU (Centro Educacional Unificado) Parque do Carmo estiver pronto, ela poderá aproveitar o local para fazer suas atividades físicas recomendadas pelo médico, ler livros na biblioteca e até fazer aulas de natação. Porém, dona Quitéria, como prefere ser chamada, terá que esperar mais um pouco para desfrutar das quadras, piscinas e outras extensões que o complexo promete ter, pois a construção do espaço está parada.
As obras, que tiveram início em dezembro de 2015 – ainda na gestão do ex-prefeito Fernando Haddad (PT) –, seguiam em ritmo lento e, desde o início do ano, os moradores viam pouco movimento no local. No entanto, a suspensão de continuidade só foi publicada no Diário Oficial da Cidade no dia 9 de maio de 2017.
A primeira data de entrega do centro educacional estava prevista para dezembro de 2016. Agora, um novo adesivo na placa da obra informa que ela será entregue em outubro de 2017, o que só aumenta as expectativas dos moradores, segundo a educadora física Fernanda Souza Martins, 32, que vive na região há seis anos. “Não só eu, mas toda a comunidade fica na espera, porque a região carece de serviços que proporcionem educação, lazer, cultura e esportes”, afirma.
Para Fernanda, o atraso prejudica principalmente as crianças, pois acredita que elas serão as principais beneficiadas com o equipamento. “O CEU Parque do Carmo vai ser um lugar onde elas [as crianças] vão poder aprender com uma estrutura melhor, com mais cultura, atividades físicas e oportunidades que não encontramos em qualquer escola”.
Segundo a Secretaria de Educação, as obras estão suspensas para renegociação de contrato (Portaria 29 de 29/4) e deverão ser retomadas em breve. Em nota, a prefeitura informou ao 32xSP que os trabalhos estão sendo dificultados pelos “buracos” orçamentários herdados da gestão passada, que não deixou recursos para a execução dos centros educacionais.
A construção do espaço, em um terreno de 15.968 metros quadrados, com área construída de 12.500 metros quadrados, teve o investimento inicial de R$ 41,1 milhões, somando recursos do Tesouro Municipal e repasse do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, do MEC (Ministério da Educação).
Foto: Thalita Monte Santo