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Audiência pública discute o orçamento da subprefeitura da Sé

Por: Redação

Nos dias 6 e 13 de agosto, as 32 subprefeituras da cidade de São Paulo participaram da elaboração da proposta da LOA (Lei Orçamentária Anual) do município para 2017. No primeiro fim de semana, o 32xSP acompanhou a audiência pública da Subprefeitura da Sé, responsável pelos distritos da Bela Vista, Bom Retiro, Cambuci, Consolação, Liberdade, República, Santa Cecília e Sé, realizada no auditório da FECAP (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado).

O auditório da FECAP estava cheio, com aproximadamente 120 pessoas. Uma delas era Diego Moreira, 30, morador do Glicério e integrante do Coletivo “Glicério pela Vida”. Ele apontou questões relacionadas à população de rua, presente em todos os distritos da subprefeitura. “Estamos rodeados de espaços elitistas que não dialogam com os moradores da região. Na ausência de locais de cultura, lazer e formação, às pessoas de baixa renda e que vivem em alta vulnerabilidade resta o crime”, disse.

Moreira levou algumas sugestões. “Queremos que tenham bagageiro para os moradores de rua guardarem os seus pertences durante o dia, que tenham banheiro público para banho com profissionais humanizados com a causa, queremos que essa população tenha acesso a projetos de trabalho, queremos a regularização das ocupações e a expansão da moradia popular”, complementou. A educação também o preocupa. “Precisamos de projetos como o Pronatec e de um CEU que acolha nossas demandas”, enfatizou.

Artur Monteiro, 46, morador da República e conselheiro participativo da Sé, esteve presente na audiência e entende que a região central ficará comprometida pelas mudanças do plano diretor. “O plano prevê um grande adensamento para o Centro nos próximos anos. Não há áreas para novos equipamentos públicos, áreas de lazer, parques e praças”, apontou. “Traz ainda uma grande transformação para o Distrito Sé e República que passarão a funcionar 24 horas”.

Ainda segundo Monteiro, é preciso que o orçamento para a Sé seja diferenciado e que atenda principalmente aos moradores. “Não se pode usar o dinheiro do orçamento do Centro para atender a demanda do Centro para a Cidade. Necessitamos de intervenções urgentes para atender aos seus moradores, ao seu comércio local e às demandas que surgirão com o novo plano diretor. Ainda não temos leitos que garantam internação de moradores na região, já que não temos hospital público municipal”, exemplificou.

Participaram também da audiência, Gilmar Tadeu Ribeiro Alves, subprefeito da Sé; Rodrigo de Paula, da Secretaria Municipal de Finanças e Desenvolvimento Econômico; Fabiane Rosa Yoshitake, da Secretaria Municipal de Relações Governamentais; e representantes da Secretaria Municipal da Habitação.

Glicério

Alex Sandro Santana, 33, palhaço, também morador do Glicério e membro do “Glicério pela Vida” registrou, entre outras solicitações, a importância dos equipamentos culturais. “A existência de uma casa de cultura, no Glicério, possibilitaria aos artistas locais a sua sobrevivência”, afirmou.

Sobre o Glicério, o subprefeito Gilmar Tadeu fez algumas considerações, ressaltando, principalmente, a reforma da Praça Ministro Costa Manso. Para Diego Moreira, esse projeto precisa ser revisto. “A reforma da Praça Ministro Costa Manso custou aproximadamente R$80.000. Colocar grama não é o suficiente. O Glicério alaga. Com a chuva, a grama vai embora deixando apenas o barro em meio aos brinquedos. Temos no local uma casa de madeira para as crianças e aparelhos de ginástica para os idosos que logo estarão enferrujados e quebrados”, afirmou o morador do bairro. “O Centro precisa de políticas públicas concretas e eficazes. Tudo começa pelo Centro”, disse Artur Monteiro.

Foto: Lelê Breveglieri/ Flickr

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