Rosimar Silva, 35, mora há pelo menos seis anos no Butantã, na zona oeste da capital paulista. Porém foi apenas em 2015 que ela pisou pela primeira vez no Centro Cultural Butantã. “Fui ano passado quando minha filha realizou uma apresentação de balé por lá”, afirma a dona de casa. Casada e mãe de dois filhos, Rosimar conheceu o equipamento público cultural por causa da apresentação da primogênita, de 9 anos, que estuda em uma escola vizinha.
A definição de equipamento cultural pode atribuída tanto à edificação quanto às práticas culturais, uma espécie de nome gênero — museus, bibliotecas, teatros, centros de cultural. Ou para grupos de produtores culturais, que podem estar inseridos ou não, de modo presencial, num determinado espaço físico ou instituição — como corpos de baile, orquestras sinfônicas, corais etc.
Rosimar, no entanto, desconhecia que o Centro Cultural Butantã é somente um na lista de outros 37 equipamentos públicos culturais na prefeitura regional homônima, formada pelos distritos do Butantã, Morumbi, Raposo Tavares, Rio Pequeno e Vila Sônia.
“Ultimamente vamos para o [município vizinho de] Embu das Artes, para parques, às vezes. Por aqui não conheço muitas oportunidades de lugares”, afirma.
Segundo o Observatório Cidadão, entre 2014 e 2015, houve um aumento de cinco espaços de cultura na região — para 447.718 moradores –, sendo considerado o segundo melhor índice em toda a cidade, atrás apenas da Sé, com 93 equipamentos.
Na sequência, completando os quatro primeiros da lista, seguem a Lapa, também na zona oeste, que teve um aumento de cinco espaços culturais — para 319.821 moradores –, e Pinheiros, que teve aumento de oito — para 293.347 habitantes.
Abismo cultural
Conforme reforça o Caderno de Consulta Pública do Plano Municipal de Cultura, publicado no ano passado pela Prefeitura de São Paulo, as disparidades em relação ao indicador ainda são bastante evidentes. “A distribuição dos equipamentos culturais na cidade, contudo, ainda é muito desigual. Além da ampliação da rede de equipamentos, é preciso articular os existentes entre si e com os coletivos e agentes culturais existentes no território”, consta na publicação online.
Das 32 prefeituras regionais, 17 delas têm taxas baixíssimas. Algumas, como Vila Prudente e Ermelino Matarazzo registram zero, e outras, com Cidade Ademar e Parelheiros têm apenas um equipamento. O levantamento leva em conta um equipamento cultural para cada 100 mil habitantes.
Outras seis prefeituras regionais (Cidade Tiradentes, Vila Maria/Vila Guilherme, São Miguel, Casa Verde/ Cachoeirinha, Jabaquara e Penha) estão abaixo da média. Quatro estão na média (Santo Amaro, Ipiranga, Santana/ Tucuruvi e Mooca) e uma acima da média (Vila Mariana).