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Capão Redondo, distrito mais populoso do Campo Limpo, é ‘esquecido’ durante audiência

Por: Redação

Formada pelos distritos do Campo Limpo, Capão Redondo e Vila Andrade, a Subprefeitura do Campo Limpo é a mais populosa da cidade, com 607.105 habitantes, segundo o Censo de 2010. Os moradores dessas regiões tiveram a oportunidade de apresentar suas demandas para o Programa de Metas 2021-2024 durante audiência realizada em 22 de abril.

Essa foi uma das 36 audiências públicas promovidas pela Prefeitura de São Paulo ao longo do mês passado.

Capão Redondo

A região do Capão Redondo, na zona sul da capital, é a mais populosa dos três distritos, com 268,7 mil moradores, formando 44% da Subprefeitura de Campo Limpo. Entretanto, propostas de melhorias para o distrito estiveram presentes no discurso de apenas um dos 13 moradores com espaço para falar. 

Este único morador é Hélio Ricardo Gonçalves da Silva, que faz parte do Conselho Participativo Municipal. Em sua fala, ele pediu atenção às comunidades em áreas de risco e ao aumento da população em situação de rua na região.

“Precisaria ofertar mais abrigos, saúde e assistência social para essas pessoas, principalmente no entorno da Avenida Carlos Caldeira Filho, entre as estações Capão Redondo e Campo Limpo [da linha 5-Lilás do metrô]”, afirmou Hélio, que também pediu melhorias de acesso ao Parque Santo Dias, principal área verde no distrito.

O distrito do Capão Redondo tem 268,7 mil moradores

A sessão online focada na Subprefeitura de Campo Limpo foi presidida pelo secretário de esportes e lazer Thiago Martins Milhim, com participações do secretário de relações institucionais João Cury Neto e da subprefeita da região, Cristiane Santos.

A reunião, feita pela plataforma Microsoft Teams, foi acompanhada por 35 pessoas. Isso representa 0,005% da população total desta subprefeitura. Outros três internautas acompanharam a transmissão pelo YouTube, cujo vídeo soma 97 visualizações.

Moradia

A questão da moradia, puxada principalmente pelo contexto da pandemia de Covid-19, foi um dos assuntos mais debatidos, presente em três das 13 falas. 

Wellyene Gomes Bravo, também membra do Conselho Participativo, levantou observações sobre as metas relacionadas à moradias de interesse social, urbanização em assentamentos precários e regularização fundiária.

Ela pediu que essas propostas deem atenção maior à população com renda entre um e três salários mínimos. “Para termos uma cidade mais justa e inclusiva, a gente precisa pelo menos de um teto decente. Isso precisa ser uma prioridade máxima e o Campo Limpo precisa ser olhado com bastante carinho.”

Paraisópolis, uma das maiores favelas de SP, pertence ao distrito da Vila Andrade, no Campo Limpo

Segurança alimentar

Outro assunto destacado foi a fome. As três pessoas que levaram o tema à audiência fazem parte do Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional.

Maria Angélica Oliveira deu atenção aos sacolões e mercados municipais. Ela cobrou a prefeitura por não ter construído nenhum equipamento deste serviço desde 2016. Em todo o território da Subprefeitura do Campo Limpo, existe apenas um sacolão municipal, o Cohab Adventista, no Capão Redondo.

O Plano Municipal de Segurança Alimentar retoma o caráter social dos mercados e sacolões municipais, que é garantir produtos a preços acessíveis e que seja dos territórios, provenientes da agricultura familiar [como os orgânicos]. Que ofereçam qualidade de saúde para a população, principalmente às pessoas que estão na margem, invisíveis, defendeu Maria Angélica.

Outras queixas

A sessão do Campo Limpo também contou com observações ao próprio Programa de Metas. Houve questionamentos sobre demandas que estavam presentes no plano da gestão anterior, entre 2016 e 2020, e que não foram executadas.

“Continuar discutindo metas sem rever as que já estavam previstas não será uma medida tão efetiva”, afirmou o participante Fabio Maia dos Santos.

Outra reclamação foi a falta de regionalização nas metas apresentadas pelos secretários na abertura da audiência. Todas as sessões são iniciadas com a leitura das 79 metas presentes no documento inicial. O processo de desenvolvimento do Programa prevê a inserção das pautas regionais após a realização das audiências.

“Nesse momento, estamos apresentando as metas para a cidade toda. Naturalmente, na versão final que será publicada em junho haverá a regionalização. O momento agora é de debater cada colaboração”, disse o secretário Thiago Martins.

Dinâmica

A dinâmica que vem sendo utilizada nas audiências públicas permite três minutos de fala a 20 pessoas sorteadas ao vivo. Na sessão sobre o Campo Limpo, a subprefeita Cristiane interviu pedindo que o número fosse ampliado para 25 falas, porém apenas 23 se inscreveram.

Dessas pessoas, seis não estavam presentes quando chegou a vez de se pronunciar, dois estavam duplicados no sorteio e outros dois eram vereadores. Pelas regras da plenária, eles teriam o momento para falar ao fim da sessão.

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