Localizada na zona sul de São Paulo, Capela do Socorro é a segunda prefeitura regional mais populosa da capital. A região ocupa uma superfície de 134 km², abriga parte das represas Guarapiranga e Billings e cerca de 90% do território está em área de proteção aos mananciais.
Além disso, Capela do Socorro é formada por apenas três distritos: Socorro, Cidade Dutra e Grajaú. Este último abriga 61,3% da população total da região e tem um trecho do seu território na APA Bororé-Colônia (Área de Proteção Ambiental).
O analista de processos Erick de Jesus, 23, é um dos moradores do populoso Grajaú. Ele vive no bairro Jardim Reimberg desde que nasceu e conta que o avô paterno, vindo da cidade mineira Itajubá, é um dos desbravadores do bairro. “Meu avô chegou nessa região há mais de 50 anos”, relata.
Jesus também comenta que há insatisfações em relação ao local onde vive. “Alguns problemas sociais é que são ruins. Questão de segurança, questão de transporte. Por exemplo, onde eu moro não tem nenhum semáforo na avenida principal, mas é necessário”.
A avenida citada por ele chama-se Antônio Carlos Benjamim dos Santos e possui 4 km de extensão. Segundo o analista de processos, “ela é a rota principal das lotações e dos carros. Já teve atropelamento, acidente e é ruim para atravessar. Dependendo do dia temos que esperar pelo menos 10 minutos para conseguir atravessar, porque é muito carro!”.
Sinalização semafórica não é um problema apenas da avenida do Jardim Reimberg. A principal via do Grajaú, a Dona Belmira Marin, não tem semáforos em alguns trechos e em outros os sinais para visualização do pedestre estão apagados. O caso já foi retratado pela reportagem do 32xSP, em outubro do ano passado, e permanece da mesma maneira.
Belmira Marin forma com Atlântica e Senador Teotônio Vilela o trio de avenidas que percorrem os distritos da prefeitura regional da Capela do Socorro e estão entre as 10 vias mais perigosas de São Paulo, de acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). A informação aparece no relatório de acidentes de trânsito fatais de 2015 publicado pela instituição no qual são analisadas 50 vias da capital. O documento aponta que a soma das mortes por acidente de trânsito na Belmira Marin, Atlântica e Senador Teotônio Vilela é 28.
Já os dados do Observatório do Cidadão contabilizam 64 mortes em todo o território da Capela do Socorro no mesmo ano.
Outro Lado
De acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), a avenida Antonio Carlos Benjamin possui três cruzamentos com semáforos: na rua Samuel Khuri, na rua Opção Brasil Natal/ avenida Carlos Alberto Bastos Machado, e na avenida Dona Belmira Marim.
“A avenida Antonio Carlos Benjamin também conta com faixas de pedestres, canalização e a legenda “Devagar Escola” no cruzamento da rua Professor Paulo Lauro, sinalização implantada através do projeto de Segurança de Pedestres.”
“Ressaltamos ainda que a população pode solicitar fiscalização, serviços e manutenção à CET ligando gratuitamente para o telefone 1188, que atende 24 horas por dia, ou então enviar o pedido através do site www.cetsp.com.br escolhendo o canal Fale com a CET”, informou por meio de nota a Companhia.
Mais dados
Um ponto positivo destacado por Erick é a existência de uma praça no Jardim Reimberg. “O que tem de interessante é uma praça reformada pela prefeitura. Lá, o pessoal faz caminhada e tem uma quadra de futebol”.
O Observatório do Cidadão indica 32 equipamentos esportivos públicos na Capela do Socorro em 2015, sendo 19 na Cidade Dutra, 10 no Grajaú e 3 em Socorro. Porém, esse número é decrescente, já que em 2014 havia 48 equipamentos no total.
O declínio também aparece no número de leitos hospitalares públicos e privados e Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Os leitos passaram de 381, em 2014, para 356, em 2015. As UBSs caíram de 20 para 19 no mesmo período.
Ainda no quesito saúde, o Observatório do Cidadão aponta que houve aumento no número de mortes por doenças do aparelho respiratório, aparelho circulatório, causas mal definidas, morte específica por Aids e mortalidade infantil. Em contrapartida, as mortes causadas por câncer e por causas externas (violências e acidentes) diminuíram.
Na área cultural houve um pequeno aumento no número de livros disponíveis para adultos em bibliotecas municipais. Enquanto isso, o acervo de livros infanto-juvenil caiu entre 2008 e 2014, mas voltou a crescer em 2015. Já o número de equipamentos culturais públicos aumentou de cinco para seis.
A prefeitura regional é administrada por João Batista de Santiago desde o início de 2017. O prefeito regional é empresário dos setores educacional, tecnológico e contábil, e reside na região desde 1968.
Foto: André Bueno/ Flickr