Desde outubro de 2022, o serviço de coleta seletiva foi implementado pela Prefeitura de Diadema, na Grande São Paulo. No entanto, na prática, esse serviço não tem funcionado como deveria de acordo com relatos de moradores da região.
“Aqui na minha rua não passa o caminhão de coleta seletiva, só o normal”, conta a empregada doméstica, Joelma Brito, 47. “Se eles mandassem o carro pelo menos uma vez na semana, acredito que teria mais gente separando os materiais”.
A moradora da Vila Nogueira, um dos bairros que recebe a coleta seletiva na porta, relata que sempre separou os materiais em casa, deixando em ambientes diferentes os lixos orgânicos e os recicláveis.
Joelma separa latas de refrigerante, embalagem de detergente, de vinagre, entre outros itens. Além de pensar no meio ambiente, também leva em consideração as pessoas que coletam esses itens para vender. “Sempre tem alguém na rua que pega esses materiais, e eu não gosto de deixar tudo misturado”, comenta a diademense.
Em Diadema, na Grande São Paulo, a média mensal de resíduos sólidos urbanos coletados é de 9 mil toneladas. Apesar disso, entre janeiro e maio de 2024, foram recolhidas apenas 241,29 toneladas de recicláveis.
O total de materiais recicláveis coletados de janeiro a maio correspondem a apenas 0,5% das do material coletado mensalmente, que seria de 45.000 toneladas, caso a média prevista pela prefeitura tenha se realizado.
A empresa responsável pela coleta seletiva em Diadema é a Sustentare. Ela fica responsável por recolher os resíduos recicláveis nas residências e destiná-los às 4 Cooperativas de Reciclagem – Cooper Fenix, Chico Mendes, Nova Conquista e CooperLimpa – parceiras do Programa Recicla Diadema da Prefeitura.
De acordo com a Prefeitura, para a implantação do programa, o mapa de Diadema foi dividido em 12 regiões, entre elas: Piraporinha, Casa Grande, Conceição, Centro, Canhema, Taboão, Serraria, Inamar, Eldorado, Centro, Campanário e Vila Nogueira.
A reclamação da falta de coleta seletiva não se restringe somente a este bairro. O mercadólogo, Everton Santos, 32, morador do centro de Diadema, conta que nunca viu o caminhão passando na sua região. “Não existem informações sobre, eu pelo menos jamais vi”.
Everton conta que não tem o costume de separar os materiais recicláveis em casa e que um dos motivos para não fazer essa seleção é porque não saberia onde descartar, já que o caminhão não costuma passar na sua rua.
Para a jornalista Juliana Machado, 24, também não existem informações suficientes sobre a coleta seletiva em Diadema. Ela conta que nunca teve o costume de separar esses materiais quando morava com os pais, no entanto, agora que mora com o namorado, tem vontade de começar a separar, mas sente falta de mais informações de como fazer.
“Na minha cabeça é só separar o lixo orgânico do lixo normal, não sei exatamente como descartar corretamente aqui perto de casa”, relata a jovem.
O que diz a prefeitura
A Prefeitura de Diadema alega que o incentivo à reciclagem é realizado nas escolas, serviços municipais e nos canais oficiais de comunicação da Prefeitura, como o site e redes sociais.
Além disso, em busca de melhorar a falta da informação sobre o serviço, a prefeitura informou que criará um aplicativo para notificar os moradores via celular sobre a hora exata que o caminhão passará em frente à casa, tanto a coleta seletiva como a coleta domiciliar comum.
Questionada sobre a falta de coleta seletiva nos bairros, a Sustentare respondeu em nota que executa regularmente o serviço na cidade de Diadema. De acordo com eles, o recolhimento ocorre de segunda a sábado, e o caminhão passa apenas uma vez por semana em cada rua.
Para as pessoas que tem interesse em começar a fazer a separação de itens recicláveis em suas casas, é preciso ter em mente os seguintes itens:
- Papel: papelão, jornais, revistas, embalagem longa vida;
- Vidro: garrafas, potes, copos e jarras (mesmo quebrados);
- Plástico: embalagens plásticas, canos, potes, baldes, bacias e sacolas;
- Metal: latas, embalagem de aerossol, fios, panelas, tampas e metais ferrosos;
- Óleo de Cozinha: óleo de fritura e óleo vegetal (coloque dentro de garrafa PET);
- Eletrônicos: celular, computador, televisão e eletrodomésticos em geral;
De acordo com a prefeitura, Diadema conta com 16 ecopontos e PEVs (Pontos de Entrega Voluntária), instalados em prédios públicos, praças e parques, além de escolas municipais e algumas particulares.