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Com aulas de saúde e produção cultural, Instituto Federal chega ao Jardim Ângela

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Por: Fernando Hemilton

O Instituto Federal está em processo de abertura no Jardim Ângela, próximo da Estrada do M’boi Mirim, na zona sul de São Paulo. A unidade deve começar a receber alunos a partir do primeiro semestre de 2026, com cursos técnicos na área da saúde e cultura. O ingresso será através de vestibular.

O Instituto Federal (IF), é uma entidade pública de ensino, ciência e tecnologia que permite a trajetória completa do indivíduo dentro da mesma instituição.

A instituição oferece educação profissional e tecnológica em diferentes níveis, desde o ensino técnico até a pós-graduação, além de promover pesquisa aplicada e extensão.

Representantes de movimentos sociais e docentes estiveram presentes na audiência para a implantação da Unifesp @Instituto Federal/ Divulgação

“É como se a gente tivesse uma ETEC (Escola Técnica) e uma FATEC juntos, desenvolvendo pesquisa, inovação e extensão, não é apenas uma universidade”, afirma Denilza da Silva Frade, 55, diretora geral de Implantação do Campus Jardim Ângela.

Ela explica que parte do projeto de abertura dessa entidade foi feita por meio de três audiências públicas, que contaram com a participação direta da população local.

Nelas foram apresentadas as propostas para mapear e definir os eixos de ensino mais pedidos pela população do distrito.

Após os encontros, realizados na Paróquia Maria Mãe da Igreja, Paróquia dos Santos Mártires e no CEU Vila do Sol foram definidos dois eixos:

Para Well Amorim, 30, diretor de cinema e produtor executivo/diretor de fotografia, sócio-fundador da Maloka Filmes e morador do Jardim Ângela, a chegada do curso cria oportunidades para jovens da região.

“Um curso de produção cultural é a possibilidade de construir narrativas em primeira pessoa, pensar em arte e cultura para além de genocídio ou tantos outros marcadores sociais que a gente é atravessado”, diz.

‘Encontro na arte periférica uma forma da gente construir identidade, sobre quem somos, qual é a nossa história, uma maneira de contar a própria vivência’

O professor Lucas Carvalho, 25, diz que um eixo de saúde sendo estudado pela quebrada é uma oportunidade de formação de novos profissionais que vivenciaram as periferias.

“Essas pessoas poderão estudar saúde através do olhar da sua comunidade e da própria experiência, tendo um cuidado maior com a sociedade, uma outra relação com a forma de saúde e com as pessoas que serão atendidas”, ressalta.

Além disso, o instituto chega a uma região onde não havia esse tipo de equipamento. Segundo o censo de 2022, cerca de 311.432 habitantes moram na região do Jardim Ângela, porém, a universidade federal mais próxima é a Unifesp – Campus Diadema, cerca de 14,9 km de distância da região.

Well Amorim destaca ainda que a importância de ter um instituto federal é a garantia de um direito sendo concretizado.

‘A gente está falando de um território que é violado, marcado pela ausência de política pública, então você ter um prédio público, voltado para a educação é garantir que vamos ter visibilidade pública e o direito de acesso à educação’

Well, diretor de cinema

De acordo com o Instituto Federal, o novo campus será na Rua General Lucídio de Arruda – Jardim União, 138, próximo da Estrada da M’boi Mirim. As atividades terão início no primeiro semestre de 2026. As modalidades dos cursos serão integrados, nos períodos diurnos e noturnos.

Outros institutos em processo de abertura:

  • Carapicuíba
  • Cotia
  • Diadema
  • Franco da Rocha
  • Guarujá
  • Mauá
  • Osasco
  • Ribeirão Preto
  • Santos
  • São Paulo – Cidade Tiradentes
  • São Vicente
  • Sumaré


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