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Com periferias divididas, SP terá 2º turno com Nunes e Boulos

Por: Jacqueline Maria da Silva e Paulo Talarico

A votação deste domingo (6) definiu que o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) disputarão o segundo turno. A votação apertada teve resultados diferentes pelas periferias, com Nunes, Boulos e Pablo Marçal (PRTB) vencendo em diferentes áreas.

Na cidade como um todo, o atual prefeito teve 29%, quase empatado com Boulos também com 29% e um pouco a frente de Marçal, com 28%.

O atual prefeito teve ampla votação na zona sul de São Paulo, em especial em Parelheiros e Grajaú, e também em áreas da zona norte, como a Brasilândia. Boulos por outro lado conseguiu avançar no extremo leste, em zonas eleitorais como Guaianases e Cidade Tiradentes, bem como na parte sul em que mora, no Campo Limpo e no @Valo Velho@, além de Perus na região noroeste.

Marçal também venceu em algumas zonas eleitorais, sobretudo em boa parte da zona leste, com destaque para Itaquera e Ermelino Matarazzo, e na norte, como o Jaçanã.

Segundo Beatriz Lourenço, Diretora de Incidência Política e Litigância Estratégica do Instituto de Referência Negra Peregum, o resultado referente aos candidatos têm uma explicação. No caso do alcance de Ricardo Nunes aos eleitores periféricos, isso se deu em decorrência do uso da máquina pública durante a campanha.

“O atual prefeito tem o controle, ação direta sobre famílias dos quatro cantos da cidade, sendo pelas crianças nas creches, frequentadores do posto de saúde, muitos elementos. Isso certamente garantiu a ampliação da votação nestes territórios”, avalia.

Com relação a Pablo Marçal, o discurso disruptivo e contrário a ordem também tende a dialogar com os sentimentos da população de descontentamento com a política, que atinge áreas centrais e periféricas.

“Ele também tem um discurso para quem está em uma situação muito dura da vida, que é de ser possível prosperar, que também dialoga com o sentimento de falta de grana, de possibilidades. Naquele momento eu preciso crer num discurso de um amanhã mais prospero”, complementa.

A especialista aponta que no cenário recente, esperava-se um resultado de Boulos em primeiro, Nunes em segundo e Marçal em terceiro, com uma diferença maior de votos. Com essa inversão e cenário tão próximo entre os três candidatos, fica mais difícil entender o comportamento dos eleitores de Marçal.

Contudo, esse eleitorado não migraria para Boulos por ser um voto de direita. “Isso coloca o Boulos em um desafio maior, porque significa que ele tem mais votos a conquistar, os do Nunes e do Marçal. A estratégia do Boulos deve ser de conquistar os votos da Tabata Amaral [candidata que ficou em quarto]. E isso vai revelar também se estes eleitores são mais progressistas ou mais conservadores”.

A segunda rodada será dia 27 de outubro. Confira os resultados no site da Agência Mural.

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