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Conheça o terreiro de candomblé que é patrimônio imaterial da quebrada

Mãe Paula à frente dos tronos e imagens de pai Caio de Xangô, fundador da casa, e mãe Sylvia de Oxálá

Por: Jacqueline Maria da Silva e Léu Britto e Rômulo Cabrera

Em uma parede do barracão do Axé Ilê Obá, no Jabaquara, na zona sul de São Paulo, há uma imagem de Jesus Cristo – ou Oxalá, pelo sincretismo religioso. Uma das marcas da fundação do terreiro ainda em 1950, que na época usava o nome fantasia de Centro Espírita Beneficente Pai Jerônimo.

“[Faziamos isso] pela proibição do candomblé no Brasil e pela ditadura militar, que perseguia pessoas. Foi a forma que pai Caio de Xangô [fundador da Casa] achou de se manter vivo e poder cultuar exatamente a sua essência”, conta mãe Paula de Iansã, terceira geração de Ialorixá do terreiro.

Do Brás, no centro de São Paulo, para a periferia da zona sul da capital. O distrito conhecido por ter sido um quilombo de passagem acabou se tornando local ideal para que pai Caio pudesse enfim ‘batizar’ o terreiro com o nome que idealizou, adotar a coroa símbolo de xangô no ariaxé e desmistificar o culto aos orixás.

Depois de sua morte, sua sobrinha, mãe Sylvia de Oxalá, assumiu a gestão. Com muita luta, conquistou o tombamento do terreiro como patrimônio imaterial pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico de São Paulo. Hoje, a casa recebe cerca de 400 consulentes mensalmente entre festividades, cultos aos orixás e consultas de búzios.

Quem conta essa história de perseguição religiosa, resistência e memória ancestral é a mãe Paula de Iansã, sobrinha neta de pai Caio, filha de mãe Sylvia, e Ialorixá do terreiro há 11 anos. Qual a importância do Axé Ilê Obá para o território do Jabaquara? Confira no vídeo.

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