Oitava edição do “Poesia no Ar”, no Jardim Guaruja, tem clima de réveillon com seus balões brancos poéticos no ar
Dezenas de balões brancos no ar. Sincronizados, com direito a contagem regressiva, eles levam aos céus poesias, sonhos e desejos, acompanhados por olhares alegres, celulares em ação e gritos de “Uh Cooperifa! Uh Cooperifa! Uh Cooperifa!”.
O ritual, na calorosa noite do último 9 de maio, é o apogeu do evento “Poesia no Ar”, que está em sua 8ª edição. Com ares de um réveillon fora de época, ele também é um evento celebrado anualmente, que ocorre em frente ao Bar do Zé Batidão, no Jardim Guaruja, distrito do Jardim Ângela, na zona sul de São Paulo, onde acontece o Sarau Cooperifa.
“O Poesia no Ar surgiu numa época com notícias de muitas balas perdidas na periferia. A gente quis fazer um contraponto; queria soltar poesia no ar e dizer que também tem poesia perdida por aí e as pessoas poderiam encontrar essas poesias perdidas”, conta Sérgio Vaz, organizador do Cooperifa.
Vale ressaltar que o Sarau da Cooperifa acontece desde 2001 e foi um dos primeiros saraus de poesia da cidade. Ele inspirou a disseminação desse tipo de evento em vários bairros da cidade e fortaleceu o movimento literário periférico.
Nessa sintonia, podemos afirmar que o barulho de fogos de artifícios ou de balas perdidas será certamente substituído pelo estouro de uma chuva de poesias. Confira na reportagem em vídeo um pouco da festa e do que os participantes têm a dizer.
Fotos e vídeo: Anderson Meneses, co-diretor da Agência Mural de Jornalismo das Periferias
Reportagem: Lucas Veloso, correspondente de Guaianases
Texto: Cleber Arruda, editor e correspondente da Brasilândia