Nesta terça-feira (15), as 39 cidades da Grande São Paulo ultrapassaram a marca das 20 mil mortes por causa do novo coronavírus. Além disso, são quase 500 mil pessoas com casos confirmados de Covid-19 em seis meses de pandemia na região metropolitana.
Os dados são dos dos boletins informados pelas prefeituras e estão no Panorama Covid-19 na Grande São Paulo, levantamento realizado semanalmente pela Agência Mural.
O número de casos fatais representa 14% das 134 mil mortes no Brasil. Um exemplo da dimensão do impacto da pandemia é que, se a Grande São Paulo fosse um país, seria o 12º no mundo com mais vítimas por causa da doença.
Na capital são 12 mil perdas confirmadas por causa do novo coronavírus. As outras 8 mil mortes foram nas cidades vizinhas, com Guarulhos, São Bernardo do Campo e Osasco como as mais afetadas nesse período pela crise sanitária.
A chegada a 20 mil ocorre quase três meses depois das primeiras 10 mil vítimas, mantendo um padrão de perdas que representa uma vida a cada 15 minutos.
No entanto, o plano de flexibilização da quarentena foi iniciado ainda em junho, quando eram menos de 100 mil casos e 6 mil vítimas.
Por outro lado, houve queda no número de pacientes nos hospitais. Atualmente, a região metropolitana tem 50% dos leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) ocupados e 40% dos leitos de enfermaria destinados à Covid-19.
Há também uma ligeira queda no número de mortes que por meses foram mais de mil por semana nas cidades. Ainda são quase 700, mas algumas cidades como Francisco Morato, Franco da Rocha e Salesópolis não tiveram nenhuma vítima durante a semana.
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A quarentena oficialmente ainda está em andamento, mas na fase amarela, que permite a reabertura gradual da economia nas 39 cidades. Na próxima sexta-feira (18), o plano deve ser atualizado pelo governo do estado.
MORTES SUSPEITAS
A tendência é que seja bem maior o número de vítimas. Ainda faltam resultados sobre os exames de milhares e pacientes, o que pode aumentar a quantidade de perdas desde o começo da pandemia.
Em São Paulo, há 5.803 casos de pessoas que morreram mas não tiveram os resultados confirmados e são tratados como ‘mortes suspeitas’. De cada 10 óbitos, ao menos três seguem em ‘investigação’.
Bairros das periferias que tiveram mais perdas por causa do vírus vivem essa situação. Em Sapopemba, por exemplo, 177 mortes ainda estavam em investigação, além das 348 confirmadas até o dia 10 de setembro. Na zona sul, o Grajaú tem 132 mortes suspeitas e 285 confirmadas. Já na zona norte, a Brasilândia está com 141 suspeitas e 258 vítimas confirmadas.
Ao lado delas, outros 9 distritos da capital possuem mais de 100 mortes suspeitas: Cidade Tiradentes, Brasilândia, Cidade Ademar, Tremembé, Freguesia do Ó, Jardim São Luís, Jabaquara, Sacomã e Itaim Paulista.