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Em Diadema, fios caídos causam falta de energia e prejuízos financeiros

Por: Simony Maia

Todos os dias os moradores de alguns bairros de Diadema, na Grande São Paulo, têm a tranquilidade colocada em risco quando escutam ao horizonte o som do motor dos caminhões.

Isso porque, de acordo com moradores da região, eles ficam sem internet, telefone e até mesmo energia elétrica quando veículos altos como caminhões passam nas ruas arrancando a fiação.

“Tem que correr todo mundo na rua para não deixar o caminhão passar, porque ele passa arrancando todos os fios”, conta a florista Edna Balthazar, 75, moradora dobairro Jardim Nações em Diadema.

O problema com a fiação é tão preocupante que chegou a afetar Balthazar financeiramente, já que a frequência dos acontecimentos também não respeitam datas comemorativas, período em que há um maior número de vendas.

Os próprios moradores amarram os fios nos postes para evitar acidentes @Simony Maia / Agência Mural

“Os prejuízos são por nossa conta. Já aconteceu na véspera do Dia dos Namorados”, revela a comerciante.

Basta uma caminhada pelas ruas de Diadema para entender que o problema com a fiação não se restringe a apenas uma área do município do ABC, que atualmente conta com quase 400 mil habitantes.

Além de Edna, o servidor público João Luiz, 55, morador da Avenida Água Funda em Diadema, também passa por problemas quando o assunto é fiação.

“Fios caídos sempre têm. Geralmente tem por conta de caminhões com excesso de altura”, conta ele.

João conta que já chegou a presenciar algumas vezes o momento em que caminhões passaram arrancando a fiação da rua. “O motorista geralmente nem dá atenção, ele vai embora, segue o seu rumo e os fios ficam lá, caídos”, diz ele.

De acordo com a Enel Distribuição São Paulo, o padrão de instalação dos fios de energia elétrica é de 7 metros de altura e para fios de empresas de telecomunicação e internet, o padrão de altura deve ser de 4,5 metros.

A Resolução Contran n° 210/2006, que regulamenta o Art. 99 do Código de Trânsito Brasileiro, define que a altura máxima de qualquer veículo, com carga ou não, é de 4,40m.

De acordo com a Prefeitura de Diadema, caminhões com altura superior a 4,40m precisam de autorização especial do órgão de trânsito para circular sob a via, contendo percurso pré-definido e acompanhamento de agentes de trânsito.

A Prefeitura ainda relatou que os caminhões só são um problema se tiverem uma altura superior a 4,40m, o que, de acordo com eles, é difícil acontecer.

Riscos

Os fios soltos nas ruas causam não somente a falta de energia e acesso aos serviços de telecomunicações, como também apresentam um risco de vida à população.

“Um caminhão enroscou nos fios e quase atropelou duas moças”, conta Edna.

“O que mais causa problema são os fios da Vivo. Já fiquei quatro dias sem telefone”, ressalta a florista. “Eles falam que vão arrumar e uns dias depois o caminhão entra (na rua) e acontece de novo”, conclui.

Após passagem de caminhão, fiação fica jogada no chão por dias até manutenção @Simony Maia / Agência Mural

Quando questionada sobre as irregularidades na fiação em alguns pontos de Diadema, a Vivo emitiu um comunicado no qual afirma que não foram encontradas irregularidades nas áreas apontadas pelos moradores nesta reportagem:

“A companhia ressalta que monitora permanentemente a qualidade e a segurança de sua rede e orienta a população para que entre em contato pelo número 103 15 caso identifique fios soltos ou rompidos que sejam da operadora.”

Quanto aos problemas relacionados a fiação elétrica, a Enel diz ter realizado uma vistoria nos endereços citados pela reportagem e que não foi constatada nenhuma anomalia nos fios de rede elétrica, que, de acordo com eles, seguem os padrões de instalação de 7 metros de altura.

Em contrapartida, durante a fiscalização foram encontrados fios rompidos em vários pontos que, de acordo com eles, são de responsabilidade das empresas de telecomunicação e internet.

Moradores que têm reclamações ignoradas pelas empresas de telecomunicações ou pela Enel devem encaminhar questões relacionadas à zeladoria da cidade ao aplicativo Colab Diadema, que permite o registro da demanda pelo celular.

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