Temporal virou sinônimo de preocupação para os moradores que vivem nos arredores da avenida Ibijaú e da rua Gaivota, em Moema, distrito da zona sul da capital. Nos últimos anos, durante os períodos mais intensos de chuvas, segundo moradores, as enchentes já atingiram até 1,80 de altura.
Para José Roosevelt Junior, conselheiro participativo e presidente da AMAM (Associação dos Moradores e Amigos de Moema), a construção irregular de prédios sobre a viela sanitária existente agrava ainda mais a situação.
Moema é um dos dois distritos que fazem parte da Subprefeitura da Vila Mariana. Ao lado da Saúde e Vila Mariana, de acordo com dados da Coordenação de Subprefeituras, a região concentra uma das mais altas rendas da cidade, em torno de R$ 3,6 mil mensais — acima da média do município, de R$ 1,3 mil.
Ainda conforme informações da pasta, cerca de 80% dos moradores concluíram o ensino fundamental ante 49,9% do município. Em torno de 71,34% possuem o ensino médio, ao contrário dos 33,68% da média municipal.
“No último verão, caiu uma árvore da praça em frente à minha casa, que atingiu a garagem de um dos prédios. Um rapaz ficou internado em decorrência de um curto-circuito devido ao vazamento de gás”, afirma Roosevelt Junior.
Segundo ele, a viela sanitária, estabelecida por lei, deveria responsável justamente para o escoamento da água. No entanto, agora, tornou-se uma barreira. “Como está tudo construído por lá, só é possível ver [a viela] nos mapas, ou seja, no mundo real ela não existe. Como a região é uma baixada, toda a água de Moema para vai lá”, explica. O saldo de tudo isso tem sido enchentes, que já destruíram casas, lojas, salões de beleza e deixaram muitos carros submersos.
Para Roosevelt Junior, infelizmente não há uma solução a curto prazo, nem projeto da prefeitura para solucionar o problema. A população do entorno entrou com uma ação junto Ministério Público e nela estão elencadas algumas propostas que ajudariam a minimizar os problemas na região. A AMAM está acompanhando a situação e dando o suporte necessário.
Entre elas, a remoção da obstrução da área, por se tratar de uma área pública ocupada e não habitada, bem como a nomeação das vielas sanitárias para que, a partir de sua existência nos mapas, diminuam as chances de ocupação irregular.
Foto: Christiane Bodarsch