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“É preciso ter esperança concreta nas subprefeituras“, pede líder comunitário

Por: Redação

Faltaram cadeiras para as dezenas de pessoas que estiveram reunidas na noite da última quarta-feira, dia 27, no Salão da Igreja São Francisco de Assis, na Vila Paranaguá, em Ermelino Matarazzo, zona leste da capital. Na ocasião, moradores participaram de um encontro, com a presença do prefeito Fernando Haddad (PT), no qual reivindicaram melhorias para a região.

É preciso ter esperança concreta na ações realizadas pelas subprefeituras, destacou o líder comunitário Antonio Marchioni, o padre “Ticão”, da paróquia São Francisco de Assis, de Ermelino Matarazzo.

Ticão, que intermediou o debate e levantou as principais pautas com foco no Plano de Metas para a região, criticou a insensibilidade de parte da equipe da atual gestão em relação a demandas locais.

“Queremos que venham pessoas mais sensíveis. Me sinto humilhado em fazer reuniões que não levam a nada. É preciso respeito com a periferia“, salientou.

Das 32 subprefeituras existentes cidade, a maior parte delas está concentrada na zona leste. A Subprefeitura de Ermelino Matarazzo se junta a mais outras unidades administrativas. A subprefeitura é composta pelos distritos de Ponte Rasa e Ermelino Matarazzo, onde residem 207 mil pessoas.

Por lá, fica ainda o Jardim Keralux, que esteve no centro do debate do encontro. Segurando cartazes, moradores pediram melhorias para o bairro que sofre com a falta de infraestruturas. “São 12 ruas sem asfalto“, numerou o padre Ticão.

Em resposta às reivindicações, o prefeito Fernando Haddad disse que investirá em obras no bairro a partir do dinheiro — considerado “livre“ por ele — oriundo de uma indenização do Banco do Brasil — em torno de 87 milhões.

A liberação do Parque Primavera, um antigo lixão onde foram realizadas obras para contenção de gases tóxicos, também foi proposta pelos moradores.

Para resolver o problema, que perdura há anos, de acordo com os moradores, Haddad prometeu se reunir junto aos moradores, Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) e Secretaria do Verde e Meio Ambiente.

A reforma e ocupação da Casa de Cultura na região também foi abordada no encontro. De acordo com o prefeito, a Lei de Fomento às Periferias, sancionada por ele neste ano e com edital a ser aberto em agosto, terão recursos destinados às obras. O programa, que teve orçamento reduzido para R$ 9 milhões, vai destinar de R$ 100 mil a R$ 300 mil a coletivos culturais das periferias da cidade.

Outra reividincação dos moradores foi sobre saúde. Embora o prefeito tenha apontado a redução de até 40% do tempo de espera para a marcação de consultas e exames, o aposentado João Batista, 61, que faz também parte do conselho gestor local, reclamou sobre o indicador. Segundo ele, não há macas, cobertores e até mesmo médicos no Hospital Ermelino Matarazzo. “Faltam até cadeiras de rodas. Precisamos de uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento)“, afirmou.

O tema trabalho e emprego foi outra demanda local. Como proposta para melhorar a geração de renda e trabalho na região, Ticão sugeriu a criação de centros de trabalhos em cada uma das subprefeituras da zona leste.

“Estamos em um importante eixo, ao lado do aeroporto de Guarulhos e das principais rodovias do Brasil. Muitas empresas querem se instalar aqui, mas precisam enfrentar burocracias e falta de informação“, diz.

De acordo com Ticão, é preciso atrair empresários para a zona leste, já que é uma área contemplada pelo Programa de Incentivos Fiscais para a Zona Leste, que permite uma série de isenções fiscais.

Ainda na ocasião, foi distribuído o jornal com Plano de Metas para a zona leste, destacando as 13 demandas das periferias para a cidade de São Paulo.

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