A Vila Andrade está bem longe de “bater um bolão” quando o assunto é equipamento público esportivo municipal. O distrito localizado na zona sul da capital amarga a pior colocação, com apenas um centro de esportes para 172 mil moradores, segundo o Mapa da Desigualdade 2017.
A região é composta pela populosa Paraisópolis, uma das maiores favelas da capital paulista, onde mora Douglas Domingues, 26. Para praticar seu esporte preferido, o jovem precisa se deslocar cerca de 13 km.
“Quadra pública de tênis mais próxima fica apenas no Parque Villa Lobos [na zona oeste]”, diz ele, vizinho do Estádio do Morumbi e de quadras de tênis particulares em uma das regiões mais nobres de SP.
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“Por muitos anos, aprendi a jogar, e praticava em um projeto social que ensinava tênis dentro de Paraisópolis, mas que, infelizmente, não existe mais. Agora como professor pratico no local de trabalho com colegas”, afirma o educador físico.
“Acredito que a educação não é feita apenas pelo português e matemática, mas também pela arte e o esporte. Com mais equipamentos esportivos e projetos haveria melhores oportunidades criadas para os jovens moradores de Paraisópolis”, sonha Douglas.
Joildo Santos, tesoureiro e diretor de comunicação da União dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis, também acredita que mais equipamentos trariam benefícios claros à comunidade.
“A oferta de melhores condições de educação e de atividades culturais e esportivas contribuem efetivamente para uma melhora da qualidade de vida e redução de índices indesejados como os de criminalidade e outros relacionados à saúde, emprego”, diz o jornalista.
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Segundo ele, são poucos os espaços existentes, usados de forma intensa pelos moradores. “Eles até improvisam atividades pelas ruas da comunidade, alguns carecem de manutenção e possivelmente a formalização de parceria com organizações sociais da região, que estamos solicitando junto ao poder público”, completa.
Em nota ao 32xSP, a Prefeitura Regional do Campo Limpo, da qual faz parte a Vila Andrade e os distritos do Capão Redondo e do Campo Limpo, contesta os dados do Mapa da Desigualdade e “esclarece que a informação não procede”.
“Em recente levantamento feito por esta Secretaria no mês de agosto de 2017, foram identificadas 192 praças, sendo 78 com equipamentos de ginástica na região da PR Campo Limpo.”
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Ainda segundo o estudo realizado pelo Rede Nossa São Paulo, em 2016, não havia equipamentos esportivos em 11 distritos paulistanos. O levantamento considera “equipamento esportivo um elemento específico para prática de esporte, como piscina, quadra, ginásio, pista de atletismo, entre outros; cada unidade esportiva pode conter diversos equipamentos esportivos”.
Ao contrário da Vila Andrade, o Pari é local com mais unidades entre os 96 distritos, contendo três equipamentos para 18 mil moradores.
Em resposta ao 32xSP, a Secretaria Municipal de Esportes e Lazer (SEME) afirma que tem metas que contemplam a Prefeitura Regional do Campo Limpo.
“Dentre elas, está a de criar mais de mil vagas nos programas de atividade física orientada, reformar o Mini Balneário Ministro Sinésio Rocha e implantar duas Ruas de Lazer na região. Essas ações vão ao encontro dos objetivos traçados – aumentar em 20% a taxa de atividade física na cidade de São Paulo e diminuir em 10% a taxa de inatividade física.”
A pasta diz que a Prefeitura Regional do Campo Limpo contabiliza 17 equipamentos esportivos e de lazer, administrados de maneira direta ou indireta, pela SEME. “São: CDC Cleuza Bueno, CDC Izaltino Silva, CDC Jardim Martinica, CDC Parque Regina, CDC América do Morro, CDC Poringá, CDC Regional Jardim Paris, CDC Saju, CDC União Uleromã, CDC Jardim Rosana, CDC São Januário, CDC Paulo Raimundo, CDC Parque Fernanda, CDC Primeiro de Maio, CDC Margarida de Brito de Faria Silva, CDC Esporte Clube do Parque Ipê e o Centro Esportivo Campo Limpo (Mini Balneário Ministro Sinésio Rocha), além de contar também com unidades do CEU (administração da Secretaria Municipal de Educação).”