No mês de maio, o vigilante Leuuadison Santos Tamandaré, 27, morador de Parelheiros, no extremo sul de São Paulo, começou a apresentar sintomas como febre alta, falta de ar e dores pelo corpo. Prontamente, foi ao AMA (Assistência Médica Ambulatorial) da região para buscar atendimento médico.
“Não fizeram o teste de covid-19 em mim, e o médico me orientou a ir para o Hospital São Paulo para receber tratamento”, lembra. Com pouco mais de 1 hora de distância, Santos foi até a unidade de ônibus e metrô: “Eu estava ruim, com falta de ar… Foi terrível”.
No hospital, que fica na Vila Clementino, região centro-sul da capital, também não foi feito o teste para diagnóstico do coronavírus no paciente. “Disseram que eu estava assintomático. Só me receitaram remédios e orientaram que eu comprasse um inalador”, conta.
A cidade de São Paulo registrou, até a terça-feira (9), 84.862 casos confirmados do novo coronavírus, além de outros 222.007 que são considerados suspeitos.
Desse número, os casos notificados são divididos entre leves (classificados como “síndrome gripal” até a confirmação do exame) e moderados/graves (Síndrome Respiratória Aguda Grave – SRAG, seguindo a mesma lógica).
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Uma semana após Leuuadison Santos voltar para casa, os sintomas se agravaram. “Quando eu comecei a sentir muita falta de ar, fui ao AMA novamente. Uma doutora me passou um exame nasal. Foi quando o resultado deu positivo”, diz. Ele foi encaminhado ao Hospital Geral de Pedreira, onde ficou internado por nove dias.
Assim como o vigilante, até o dia 18 de maio, 137 moradores de Parelheiros com casos suspeitos ou confirmados de covid-19 precisaram de internação. O distrito, contudo, não é a região que teve mais pacientes hospitalizados com a doença.
O posto ficou com o Jardim Ângela, também na periferia da zona sul de São Paulo. Por lá, 638 pacientes deram entrada em hospitais. Na sequência, estão Sapopemba (com 559 internações), Brasilândia (563) e Capão Redondo (570).
Segundo a Prefeitura de São Paulo, dos 29.912 pacientes diagnosticados com SRAG que foram hospitalizados na cidade (do início da pandemia, em março, até o mês de maio), 12.419 foram confirmados para a covid-19.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) explica que os casos graves da doença “vêm sendo absorvidos pela rede hospitalar municipal e a estratégia de ampliação de leitos”. Até o momento, a taxa acumulada de alta hospitalar na cidade é de 81%.
A pasta também informa que o número de casos confirmados no período de 15 de abril a 5 de maio oscilava entre 490 e 775 casos por dia. Um mês antes, entre 21 de março e 14 de abril, a quantidade de novos casos por dia variou entre 400 e 560.
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