Temperatura acima dos 30º. O sinal toca e os alunos entram na sala. Algumas delas, com mais de 30 estudantes. Há dois ventiladores ali, que nem sempre funcionam. Fora outros problemas em meio ao calor nas escolas.
Quadras sem cobertura, falta de água nos bairros, banheiros quebrados, bebedouros com água quente. Telhados com material que deixam a sala mais quente e janelas com grades que impedem a ventilação do ar.
Com as ondas de calor cada vez mais constantes – 2025 é considerado o segundo verão mais quente da história – alunos e trabalhadores das escolas públicas têm vivido dificuldades em meio à falta de infraestrutura em várias periferias de São Paulo e em cidades da Grande São Paulo.
Levantamento da Agência Mural nos dados do Censo Escolar 2023 mostram que apenas 463 salas das 73 mil existentes são climatizadas (com ar-condicionado), o que equivale a menos de 1%. O número é bem abaixo da média no Brasil, que possui 33%, segundo o Ciepp (Centro de Inovação para a Excelência em Políticas Públicas).
Correspondentes da Agência Mural ouviram pais, filhos e educadores de ao menos 13 escolas públicas. Eles relatam como tem sido lidar com as altas temperaturas na sala de aula e o que tem sido feito para amenizar o clima quente que tende a piorar nos próximos anos com as mudanças climáticas.
Sem água pra beber
A contadora Manoela Moura, 38, mora no M’boi Mirim, na zona sul de São Paulo, e tem uma filha que estuda na Escola Estadual José Lins do Rego, no Jardim das Flores, na estrada do M’Boi Mirim.
“O calor está maltratando essas crianças”, afirma. “Desde que iniciaram as aulas as escolas estão sem água. Algumas dispensam os alunos, outras dispensam alguns turnos”.
A falta de água é um problema recorrente na região e afeta não só os estudantes. “Todos os dias falta água. Ela chega de madrugada e, pela manhã, geralmente em torno de 9h30, 10h, nos deparamos com as torneiras secas.”
Escola em Ferraz de Vasconcelos. Mesmo parede vazada para entrada de ar não ameniza nos dias mais quentes @Beatriz Alves/Agência Mural
Quem tem uma caixa d’água consegue se virar com a rotina sem água, mas nem sempre isso é uma realidade nas periferias.
‘Não conseguimos ao menos lavar as roupas se não nos levantarmos às 6h da manhã, imagina uma escola com cerca de 1.000 alunos’
Manoela, mãe de uma aluna no M’Boi Mirim
“O abastecimento da região tem sido impactado pelas altas temperaturas dos últimos dias, que levaram a um aumento significativo no consumo”, afirma a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).
A Companhia diz ter enviado uma equipe até a escola José Lins do Rego e que o abastecimento dela estava normalizado. Mas cada dia é uma batalha diferente.
Às vezes, mesmo tendo água, ela não chega aos alunos por outros problemas de infraestrutura.
Adaptação de escolas é outra discussão pendente sobre mudanças climáticas @Glória Maria/Agência Mural
Na Escola Municipal de Paraisópolis, também na zona sul, a falta de bebedouros em todos os andares é uma preocupação. Na unidade, um dos equipamentos está quebrado no segundo andar.
“Os alunos têm que descer para tomar água e depois voltar para as salas no andar de cima. É complicado”, desabafa um professor da unidade que pediu para não ser identificado por receio de represália.
Além disso, três dos nove banheiros da escola ficaram quebrados desde outubro do ano passado. “O banheiro é importante para os alunos, não só para o uso regular, mas também para que possam jogar uma água no rosto e se refrescar. Mas até agora, nada de conserto”, relata o professor. Nesta semana, os locais foram consertados.
Sem celular, sem ventilador
Em geral, o ventilador é o principal equipamento presente nas escolas para ajudar em dias de calor. Mas a qualidade está longe do ideal.
Na Escola Estadual Jardim São Paulo II, em Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo, cada sala tem dois ventiladores, mas o ar não circula de maneira eficiente para os cerca de 40 alunos.
“Os ventiladores só refrescam quem está no meio da sala”, explica Yasmim Aquino, 13, aluna do 8º ano do ensino fundamental. As janelas, por sua vez, possuem grades que impedem a abertura completa, dificultando ainda mais a ventilação.
“Eles estão pegando no pé pelo uso do celular, mas não estão falando nada pela falta de água ou de ventiladores em sala,” afirma a contadora Manoela Moura, 38, do M’Boi Mirim, na zona sul de São Paulo, citando a proibição dos celulares nas escolas iniciada este ano.
Ventilador costuma ser principal alternativa contra o calor, mas muitos apresentam defeitos @Carol Lima/Agência Mural
Algumas mães compartilham da mesma preocupação. A diarista Adelzira, 50, diz que a filha caçula, Isabele, vem sofrendo com sangramentos nasais por conta do tempo quente na Escola Municipal Professora Josefa Nicácio Araújo, localizada no Jardim Laura, também na zona leste.
“Sei que na sala dela têm um grande ventilador central e as janelas ficam abertas, mas será que dá conta?”, questiona a mãe.
Na Escola Estadual Professor João Luiz de Godoy Moreira, em Guarulhos, na Grande São Paulo, o estudante Lucas Almeida, 18, cita a estrutura como um problema.
“Só tem um ventilador para uma sala cheia, e as janelas mal abrem porque são cobertas de grades e ferro. O calor fica preso ali dentro”, explica o aluno do 3º ano do ensino médio.
‘O desafio já começa no caminho. No ônibus, não tem ar-condicionado. O calor já chega junto antes mesmo da escola’
João Silva, 17, aluno do 3º ano do ensino médio da Escola Estadual Professor João Luiz de Godoy Moreira, em Guarulhos
Com salas lotadas, falta até espaço para todos se acomodarem. “São 48 alunos apertados, algumas cadeiras faltando, e a gente precisa buscar em outras salas porque não tem espaço suficiente para todo mundo”, completa.
As reclamações sobre a situação são constantes, mas as soluções demoram. “Quando a gente reclama, demora. A manutenção só acontece no final do mês, às vezes só no fim do semestre. Se você fala no começo do mês, esquece, só vão mexer nisso semanas depois”, diz Ana Beatriz Souza, 16, aluna do 1º ano do ensino médio da E.E. Prof. João Luiz de Godoy Moreira, também em Guarulhos.
Mães reclamam de telhado em escola de Itapevi @Carol Lima/Agência Mural
Telha quente e janelas quebradas
Entre os efeitos apontados por alunos e professores está o próprio aprendizado. “Essa onda de calor está prejudicando muito o nosso ambiente escolar, logo 7h da manhã já está um calor de meio-dia, como costumamos falar, deixando todos com muita moleza, dores de cabeça e mal estar”, diz a estudante Ana Beatriz Pereira, 15.
Ela é aluna do 1º ano do ensino médio da Escola Estadual Professora Emília Crem dos Santos, no bairro Jardim Flórida, em Mauá, na Grande São Paulo, uma das cidades onde não há nenhuma sala climatizada (com ar-condicionado).
O único ventilador que funciona na sala exala cheiro de queimado. “Não conseguimos abrir as pouquíssimas janelas que temos pois a maioria está quebrada e com vidros soltos”, conta a estudante.
Nicolly Reis, 17, é aluna do 3º ano do ensino médio noturno da Escola Estadual João Paulo II, no Jardim Campo Verde, também em Mauá, e conta que o excesso de calor tem resultado também em problemas de relacionamento.
‘O calor acaba gerando muito estresse tanto nos alunos quanto nos professores, causando às vezes desentendimentos’
Nicolly, 17, estudante em Mauá
Em Itapevi, na Grande São Paulo, o Centro Educacional Cecília Belli, no Jardim Portela, conta com sete salas do berçário até a educação infantil. Duas delas se encontram com apenas um ventilador em funcionamento para cerca de 30 alunos de 1 a 5 anos.
Mães reclamam de telhado em escola de Itapevi @Carol Lima/Agência Mural
Além disso, a construção tem janelas pequenas e telhas de um tipo de material que esquenta muito nesse período de altas temperaturas.
Moradora do Jardim São Carlos, Camila Gabriela Santana, 25, tem uma filha de 5 anos que estuda na Cecília Belli. “São muito pequenas para estarem enfrentando calor, por conta do telhado, a sala quente, falta ventilação”, diz a mãe. “Pode prejudicar a saúde das crianças.”
Funcionários afetados
A situação não está fácil para quem aprende, nem para quem trabalha. Em Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo, as merendeiras já lidam com as altas temperaturas da cozinha e enfrentam ainda mais dificuldades devido ao abafamento dos uniformes e toucas, sem a possibilidade de usar ventiladores para aliviar o desconforto.
Um educador de Mauá, que pediu para não ter o nome revelado, concorda. “A gente que fica na sala explicando a matéria, acaba sofrendo muito também, porque a gente nunca fica embaixo de um ventilador. E aí você fica lá suando, transpirando muito, e é bem difícil”, relata.
Pátio em escola de Ferraz de Vasconcelos com filtro no pátio @Beatriz Alves/Agência Mural
Na Escola Estadual PEI Professor Pascoal Maimoni Filho, em Guarulhos, outro professor também sente os efeitos do calor intenso. “Sinto muita indisposição por causa das altas temperaturas, principalmente porque trabalho com crianças menores. Elas são mais enérgicas, e os ambientes ficam ainda mais abafados”, conta.
“A escola não fornece nenhum equipamento para nos protegermos do calor. Os ventiladores vivem com problemas e, mesmo quando funcionam, não fazem diferença”, lamenta.
Qual seria o mundo ideal
A discussão sobre a qualidade da estrutura das escolas públicas é antiga, mas tem se tornado mais urgente com as mudanças climáticas, com ondas de calor mais frequentes e também o aumento de chuvas de maior intensidade.
Professora de uma escola no Itaim Paulista, na zona leste, Jessica de Macedo, 33, relata que enquanto a temperatura aumenta, o rendimento dos alunos diminui. “A mudança climática chegou e a gente entende que ela veio para ficar.”
‘As escolas precisam ser adaptadas para que a gente consiga trabalhar de uma maneira mais sadia e para que o aluno consiga se dedicar mais ao aprendizado e a permanência dentro da escola’
Jessica de Macedo, professora
Uma das melhorias seria a adoção de salas climatizadas. Nesse caso, são unidades com ar-condicionado e aquecedor, fato raro nas escolas públicas da Grande São Paulo.
Uma das poucas salas climatizadas na região metropolitana @Glória Maria/Agência Mural
Na região metropolitana, 20 municípios não contam com nenhuma unidade com esse tipo de equipamento. Onde há é fato raro. Nas escolas públicas municipais, estaduais e unidades federais há menos de 1%.
“Os governos precisam priorizar o investimento em infraestrutura escolar. O fato é que nossas escolas públicas são muito precárias e desprovidas dos elementos básicos que caracterizam uma escola moderna”, avalia Jhonatan Almada, diretor do Ciepp (Centro de Inovação para a Excelência em Políticas Públicas).
Almada é um dos coordenadores do estudo “Saunas de aula: climatização das salas de aula nas escolas brasileiras”. Para ele, é necessário repensar a estrutura dos prédios escolares e adaptá-los para mudanças climáticas irreversíveis. Ele cita que isso não foi feito no passado.
“Expandimos o acesso sem cuidar das condições estruturais dessa expansão. Por outro lado, redes paralelas foram criadas sem melhorar o conjunto, a exemplo das escolas técnicas, militares e de tempo integral.”
‘O passivo histórico é enorme e demandaria um investimento de bilhões de reais nos próximos anos’
Jhonatan Almada, diretor do Ciepp
O impasse nesse sentido é que se trata de um investimento alto. Enquanto essas mudanças não vêm, as escolas têm usado alternativas para minimizar os efeitos do calor.
Cantinho da água, em Paraisópolis. Professores tentam reforçar importância da hidratação @Glória Maria/Agência Mural
Medidas para reduzir o impacto
Na Escola Municipal Antônio Schiavinati, em Ferraz de Vasconcelos, a diretora Priscila Anacleto conta que houve doações de alguns ventiladores extras para reduzir os efeitos.
“Nós compramos um filtro novo, que resfria melhor a água. Atualmente, todos os ventiladores das salas estão funcionando”, diz.
“Estamos orientando os pais a vestirem as crianças com roupas leves para amenizar o calor. Também reduzimos as atividades externas para evitar a exposição prolongada ao sol. É o que podemos fazer”, conclui a diretora.
Algumas ações tomadas por algumas escolas que podem servir de exemplo
Orientar aos pais para vestirem as crianças com roupas leves
Redução de atividades ao ar livre nas horas de clima mais quente
Incentivar que os estudantes levem garrafas de água para poderem encher nas escolas e sempre se hidratar
Ampliação dos intervalos para garantir que os alunos possam ir ao banheiro e bebam mais água
Na Escola Estadual Professor Eurípedes Simões de Paula, no bairro de Jardim Lucélia, na zona sul da capital, foram adotadas diversas estratégias para amenizar o desconforto. “Os estudantes são incentivados a levar garrafas de água de casa, e os intervalos foram ampliados para poderem se hidratar e utilizar os banheiros com mais frequência” afirma a professora Gabriele Gomes.
Além disso, professores recebem orientação para fazer pausas para beber água, e as aulas de educação física são encerradas mais cedo para evitar superaquecimento dos alunos.
Alessandra Cardoso, diretora do CEU Paraisópolis @Glória Maria/Agência Mural
No CEU EMEF Paraisópolis, foi criado o “Cantinho da Água”, composto por dois bebedouros grandes instalados em pontos da unidade, com azulejos coloridos, pensados estrategicamente para tornar o momento mais atrativo e chamar a atenção das crianças.
“A água gelada é fundamental, especialmente neste calorão. Ter uma garrafinha cheia de água fria faz toda a diferença”, diz a diretora Alessandra Messias Cardoso.
Há também um projeto chamado Mini Floresta, que promove o plantio de árvores dentro da instituição, o que garante espaços mais frescos.
Embora a escola tenha algumas áreas já climatizadas, como a sala de informática e a sala de leitura, a maioria das 19 salas de aula ainda não conta com ar-condicionado.
“Aqui no Paraisópolis, temos muitos problemas elétricos, em toda a comunidade. Às vezes, a energia cai e prejudica os ventiladores, pois há muitas ligações clandestinas”, afirmou.
Em relação à saúde dos alunos, Alessandra ressaltou que a escola acompanha de perto aqueles com doenças respiratórias, como asma, que podem ser agravadas pelo calor.
Material de concreto também pode ser complicador em dias mais quentes @Glória Maria/Agência Mural
Emanuele Brito, 11, aluna do CEU, compartilha que o ambiente fica abafado, e os ventiladores parecem ventilar ar quente. “Eu não sinto muito o ventilador da frente, apenas o de trás”, comenta.
Ela também relatou dificuldades nas aulas de educação física, já que a escola possui três quadras, mas apenas uma é coberta. Muitas vezes, essa quadra já está ocupada por outra turma, forçando sua classe a praticar atividades ao ar livre, sob o sol.
‘A gente pratica atividades que envolvem correr, e isso exige mais no sol. Nos cansamos mais rápido. Fica exaustivo’
Emanuele, 11, estudante em Paraisópolis
A diretora afirma que foi pedido melhoras na estrutura das quadras.
A falta de cobertura agrava o problema, pois esses espaços costumam ser uma alternativa para levar as crianças ao ar livre.
“Um dia fui a uma apresentação do meu filho na quadra e, depois de duas horas, já estava quase passando mal de calor. Se nós, adultos, sofremos assim, imagine as crianças?”, questiona Lúcia Maria, dona de casa, mãe de Heitor, aluno da Escola Municipal Luciano Poletti, em Ferraz de Vasconcelos.
Governos afirmam estar investindo e orientando escolas a permitir adaptações aos horários @Glória Maria/Agência Mural
O que dizem as prefeituras e o estado
A Secretaria de Educação de Ferraz de Vasconcelos afirma que a manutenção dos ventiladores é realizada conforme a demanda das escolas. Diante do calor extremo, a pasta diz que tem ampliado o acesso à hidratação e a alimentação tem priorizado opções mais leves.
A pasta também afirmou que as salas sem ventiladores ou com equipamentos danificados são tratadas com prioridade e que um processo de aquisição de novos aparelhos está em andamento.
No entanto, a instalação de ar-condicionado para climatização das salas não tem prazo definido, pois requer alto custo e planejamento de rede elétrica.
A Secretaria não informou quantas salas de aula estão sem ventiladores ou com equipamentos quebrados em Ferraz de Vasconcelos.
A Sabesp admite que há necessidade de melhorar o abastecimento, mas que vem investindo em obras nesse sentido. “Cinco melhorias serão entregues até o final de março, sendo que a primeira já foi colocada em operação. A companhia pede desculpas pelos transtornos causados.”
Na cidade de São Paulo, a SME (Secretaria Municipal de Educação) afirma que, desde 2020, foram investidos mais de R$ 2,3 bilhões em unidades educacionais.
As Diretorias Regionais de Educação recebem esse recurso e têm autonomia para decidir em quais melhorias irão aplicar, como, por exemplo, na compra de equipamentos de refrigeração de ambiente nas escolas.
‘Nos dias quentes, as escolas municipais têm liberdade para adaptar a rotina dos alunos, promovendo mais atividades nos espaços comuns e ao ar livre’
Secretaria de Educação de São Paulo
A pasta também cita fazer campanhas sobre a necessidade de hidratação e que tem dialogado com a Secretaria Executiva de Mudanças Climáticas e o Banco Interamericano de Desenvolvimento para buscar medidas para melhorar a refrigeração nas unidades escolares.
Procurada, a Seduc (Secretaria da Educação do Estado de São Paulo) afirma ter ampliado em quase 70 vezes o número de escolas estaduais climatizadas em todo o estado.
Em 2023, apenas nove unidades contavam com ar-condicionado em todas as salas de aula. Hoje, esse número subiu para 692, e até o fim do ano, mais 364 escolas serão beneficiadas, totalizando mais de mil unidades climatizadas e em pleno funcionamento.
“Cerca de R$ 350 milhões estão sendo investidos nesse projeto, que é implementado em etapas priorizando as escolas localizadas nas regiões mais quentes do estado”.
Na Região Metropolitana de São Paulo, 69 já estão climatizadas e 37 estão em execução, com investimento de cerca de R$ 24,6 milhões.
Além disso, a pasta disponibiliza recursos do PDDE (Programa Dinheiro Direto na Escola) que podem ser utilizados para reparos e aquisição de equipamentos, como ventiladores. Em 2025, a Região Metropolitana recebeu quase R$ 71 milhões e a capital quase R$ 73 milhões via PDDE.
As secretarias de educação de Mauá, Itapevi e Guarulhos não responderam até a publicação desta reportagem.