A pandemia de Covid-19 escancarou os problemas que sempre foram vividos nas periferias de São Paulo para sair de casa e ir ao trabalho. Lotação no transporte público, falta de acessibilidade para pessoas com deficiência, dificuldade para acessar a internet e utilizar aplicativos, falta de infraestrutura nas regiões mais pobres e o peso do preconceito.
Desde julho, estes foram alguns dos temas trazidos por esta série sobre a Mobilidade nas Periferias, um trabalho com reportagens da Agência Mural, produzidas com apoio da 99, aplicativo de mobilidade urbana.
Nesta última reportagem da série a ideia é diferente. Ouvimos especialistas em mobilidade urbana, moradores das periferias e os órgãos públicos sobre os problemas vividos na capital para entender o que pode ser feito para mudar esse cenário e o que está previsto. Quais são as soluções para o futuro da mobilidade nas periferias?
Sete ideias
ALGUMAS SUGESTÕES PARA O TRANSPORTE
Mapear a lotação dos ônibus e trens para criar políticas públicas que amenizem o problema
Criar um Sistema Único de Transporte para garantir o direito ao acesso
Melhorar a intermodalidade: as possibilidades de usar vários meios de transporte no trajeto
Melhorar a infraestrutura de calçadas e ruas para garantir a acessibilidade
Ampliar as vagas de emprego nas quebradas para reduzir os deslocamentos
Melhorar o acesso à internet para uso de apps que digam quando o ônibus vai passar ou para acessar carros por aplicativo
Ouvir mais a população de favelas e periferias para buscar as soluções
Para evitar lotação
Quando a primeira reportagem da série foi publicada, no dia 22 de julho, a preocupação sobre a lotação do transporte público era forte em meio a fase mais crítica da pandemia. Quando a Covid-19 chegou ao Brasil em 2020, houve redução na circulação dos veículos de ônibus em São Paulo ao mesmo tempo em que as medidas de restrição de circulação aumentaram.
Em julho, 88% da frota dos ônibus estava disponível nas ruas, transportando um total de 1,8 milhão de pessoas em São Paulo, segundo a SPTrans. No dia 22 de novembro, quatro meses depois, o número era de 91% da frota para 2,3 milhões de passageiros.
A Sptrans afirma que apenas 76% dos passageiros que circulavam antes da pandemia voltaram, mas a sensação de lotação seguiu sendo apontada por usuários.