A modernização dos pontos de ônibus na região do Grajaú, zona sul de São Paulo, iniciada há cerca de dois anos, trouxe mais informação e melhorou na comodidade dos usuários do transporte público da região. No entanto, a não implantação de novos pontos e, principalmente, a falta de manutenção fizeram com que os modernos pontos de vidro perdessem os adesivos informativos que foram colocados no início, e os vidros de proteção das paradas viraram painéis de divulgação, principalmente de vendas e locações de imóveis.
Conforme relataram os moradores e pessoas que utilizam os pontos da avenida Antônio Carlos Benjamin dos Santos (via que passa pelo menos cinco linhas de ônibus), não houve grandes mudanças nos pontos dela, pois os que haviam cobertura foram implantadas as proteções com vidro, e os pontos que não tinham cobertura só foram alterados o totem – tirados os de madeira e colocados os de ferro, com adesivo informativo com números das linhas, dias de operação, além do QR-code.
As proteções de vidro, contudo, fazem muita diferença para que os passageiros aguardem o transporte de forma mais confortável, conforme explicou o açougueiro José Cícero, 42. “Quando está muito frio, o vidro bloqueia o vento e fica melhor para esperar o ônibus”.
Já nas duas principais vias da região, as avenidas Dona Belmira Marin e Senador Teotônio Vilela, houve implantações de pontos com coberturas e proteção de vidro, mesmo nas paradas que não tinham cobertura antes da modernização.
A reportagem do 32 x SP esteve em 31 pontos das duas avenidas, e constatou que apenas dois, ambos na Dona Belmira Marin, ainda encontram-se sem cobertura, e um, na Senador Teotônio Vilela, sem a proteção de vidro.
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Apesar disso, a falta de manutenção também afeta as paradas dessas importantes vias da região. Dos pontos verificados, apenas três ainda continham o adesivo informativo – todos na avenida Dona Belmira Marin. Já os pontos da avenida Senador Teotônio Vilela, apesar de aparentemente terem passado por manutenções recentes, não foi possível se informar sobre as linhas que param em nenhum deles.
“Eu nunca vi os adesivos nos pontos daqui. Eles são importantes para a gente se informar. Eu só vi nos pontos das regiões centrais”, disse o estudante Pablo Ferreira, 18. Já Aridiane Cruz Dourado, 20, acredita que os adesivos não são importantes nos pontos da região. “É bom ter vidro, banco e cobertura. Mas esses adesivos nunca usei, porque eu sei o ônibus que tenho que pegar”.
*Foto: Kaique Dolapola