Haialas Souza, ou “Esquivinha”, como é conhecido, começou a trajetória no kickboxing aos 14 anos, quando teve contato com os treinos em um projeto social em Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo.
O apelido Esquivinha faz alusão ao famoso pugilista Esquiva Falcão, por causa da qualidade dos reflexos nas lutas.
“Sofria bullying na escola por conta do meu nome, foi uma das minhas motivações para ir aos treinos”, conta.
Desde então, já conquistou 8 vezes o campeonato paulista, 5 brasileiros, 2 sul-americanos e o terceiro lugar no mundial da modalidade, entre outros torneios.
Aos 28 anos, além da luta, é formado em educação física e está finalizando o curso de pedagogia. O jovem lutador tem uma academia de defesa pessoal e realiza um projeto, onde ministra aulas quatro vezes por semana para 40 crianças.
Em 2021, foi convocado pela Confederação Brasileira de Kickboxing para representar o país no mundial da modalidade, mas passou por dificuldades financeiras para arcar com as despesas e ir à disputa, na Itália.
Sem patrocínio ou apoio da Prefeitura de Ferraz, teve a ideia de vender doces na saída da estação Antônio Giannetti Neto, da CPTM, para tentar arcar com a passagem, estadia e alimentação, que foram todas custeadas por ele.
Depois de muitas vendas e “muito suor”, sol e chuvas, ele conseguiu apoio para ir à competição, e faturar assim, o terceiro lugar, trazendo a medalha de bronze para a cidade da Grande São Paulo.
“Dependo muito do esporte, é de onde eu tiro meu sustento. Meu maior sonho atualmente é conseguir um empresário e continuar trazendo resultados”
“Não é fácil, existe pouco reconhecimento e falsas promessas, sempre representei Ferraz mesmo sem nenhum apoio.”
Haialas também começou a aprender Boxe e MMA (Mixed Martial Art). O atleta compartilha o amor pelas lutas, e continua buscando apoio para levar essa paixão cada vez mais longe. “Quero criar um outro centro maior de treinamento para crianças.”
Recentemente, no final de novembro, ele trouxe mais um cinturão para casa, dessa vez, com o Boxe, pelo Universo Fight.
“Sou um jovem de Ferraz que disputou o mundial, quero ser exemplo para todos e continuar com persistência e disciplina”, pontua.
Ele diz que “zerou o game”, conquistou muitas coisas, mas ainda tem muito pela frente na carreira, afinal ser atleta no Brasil é matar um leão por dia – e quando se é da quebrada- se torna mais de um.