Estudante de psicopedagogia e cabeleireiro se uniram para levar a Guarulhos projeto que já existe em outros estados do Brasil
Engana-se quem acha que geladeira só serve para conservar alimentos. No bairro Jardim Santo Afonso, na região dos Pimentas, em Guarulhos, o eletroeletrônico ganhou uma nova função. Adaptado, passou a se chamar “gelateca” e buscar estimular a atrair leitores e estimular o interesse literário dos moradores.
O projeto, que já existe inclusive em outros estados do país, foi criado pelo coletivo “Livros ao vento” e levado a Guarulhos pelos moradores Rafael Noronha, 29, estudante de pós-graduação em psicopedagogia, e Robson Pio, 31, cabeleireiro.
“Buscamos incentivar a prática da leitura por todos os gêneros, idades e manter o maior contato com a literatura”, afirma Noronha.
Foram instaladas no Jardim Santo Afonso três gelatecas. Uma delas, inclusive, na rua Invinhema, da Escola Estadual Maria Hilda Ornelas de Oliveira, no último dia 27 de agosto. As outras duas estão localizadas na Avenida Recife e na rua Bataguasu, próximas a pontos de ônibus.
Segundo Noronha, cerca de 600 livros já encheram as bibliotecas ambulantes. “É mais uma opção de leitura, diversão e imaginação, durante longas esperas pelo transporte coletivo, assim como em meio às longas e cansativas viagens”.
A estudante de direito e mãe, Renata Oliveira, 24, sentiu-se animada com a presença da biblioteca na rua. Ela acredita que as gelátecas vão ajudar com que pais e filhos se integrem ainda mais. “É algo diferente porque os pais vão ver os filhos se divertindo e interagindo com outras crianças”, diz.
“Pude reencontrar amigos antigos como o mestre de capoeira da época em que estudei na escola Maria Hilda”, completa a estudante.
Já a jovem Dayane Lucena, 17, que estuda o ensino médio no colégio Maria Hilda e é monitora de transporte escolar, também aposta que as novas geladeiras contribuam desde o envolvimento com bairro e na ampliação do universo literário. “É uma forma de se os pais se envolverem com outras crianças, não só nas escola ou em casa, mas na comunidade”.