Convites para que novos subprefeitos assumam as subprefeituras da cidade de São Paulo, a partir de 2019, vêm sendo feitos há duas semanas pelo prefeito Bruno Covas (PSDB).
23 dos 32 responsáveis pelas subprefeituras paulistanas devem ser trocados. A seleção de nomes está ocorrendo dentro do próprio partido político. Com a mudança, Covas tem a proposta dar a sua “cara” à gestão e trazer aliados tucanos com perfil jovem.
Na subprefeitura de Jaçanã/Tremembé, zona norte de São Paulo, a assessoria diz não ter informações sobre a mudança. “A gente não sabe de nada ainda, mas não deixamos isso interferir no nosso trabalho. Acredito que se for acontecer alguma mudança, pode ser uma transferência do Alexandre [Pires] para ser subprefeito de outra região”, comenta o assessor Alarico Rezende.
O importante para a equipe atual da subprefeitura do Jaçanã/Tremembé e para a própria prefeitura mesmo é que as obras não parem por aqui”
Alarico Rezende, assessor
Vale lembrar que, desde que assumiu a Prefeitura de São Paulo, no segundo semestre deste ano, Covas já trocou o posto em seis subprefeituras: Santo Amaro e Campo Limpo, na zona sul, Sapopemba, Penha e Itaquera, na zona leste, e Butantã, na zona oeste.
Seu antecessor, João Doria (PSDB), também já havia demitido ou exonerado cinco subprefeitos no período de 11 meses.
O QUE MUDA COM A TROCA?
Quando um novo prefeito assume a administração de São Paulo, os subprefeitos (e suas equipes) são substituídos. O 32xSP destacou, em agosto de 2018, que 82% dos paulistanos são favoráveis à escolha direta do subprefeito, visto que é o próprio prefeito da cidade quem escolhe os cargos de confiança para cada uma das 32 subprefeituras.
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Um subprefeito é responsável por atender as demandas locais e ter um relacionamento mais próximo aos munícipes da região. Eles podem, inclusive, criar serviços ou canais próprios de atendimento — como ocorre na subprefeitura de Cidade Tiradentes, no extremo leste da capital paulista.
À frente da administração local desde janeiro de 2017, o subprefeito Ozziel Souza, além de usar seu perfil pessoal no Facebook, onde tem quase cinco mil contatos, também possui uma página oficial de mesmo nome e criou o “Whats Denúncia”.
Apesar de não ser um serviço oficial da Prefeitura de São Paulo, o número de celular cedido à população é muito usado para reclamações sobre perturbação do sossego. De acordo com informações da assessoria do órgão, cerca de mil mensagens são recebidas diariamente.
“Nós estamos felizes com o nosso subprefeito. A gente não quer que mude. Os serviços melhoraram”, comenta Maurício de Souza, morador de Cidade Tiradentes, durante participação do 32xSP na Rádio CBN.
Contatado pela reportagem, Ozziel disse que até o momento não foi informado de sua saída. “Agradeço esse morador. Acredito ser fruto de um bom trabalho tal manifestação”, ressaltou.
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Moradora do Jabaquara, na zona sul, Kátia Carvalho também disse estar preocupada com a possível troca de subprefeitos.
“A [subprefeita] Fátima Marques está realizando maravilhas no bairro. As mudanças são patentes, desde a limpeza na região, até o atendimento na saúde. A segurança está mais ativa também”, diz. “Estou preocupada. Será que vamos perdê-la?”, continua.
MENOS DINHEIRO
Em fase de aprovação na Câmara Municipal de São Paulo, a Proposta da Lei Orçamentária Anual (PLOA) 2019 reduziu recursos de todas as subprefeituras. Entre as sedes com maiores cortes, estão M’Boi Mirim, Capela do Socorro, Parelheiros, Cidade Ademar e Campo Limpo, todas na zona sul.
A principal função de uma subprefeitura é realizar serviços de zeladoria urbana, geralmente solicitados pelo canal 156 da Prefeitura de São Paulo. Os prazos de atendimento variam e dependem da estrutura de cada local.
Segundo a Secretaria Municipal de Inovação e Tecnologia (SMIT), o tempo médio para reparos de iluminação pública, como troca de lâmpadas, é de 72 horas. Já pedidos como varrição podem demorar, em média, quatro dias; tapa-buraco, 45 dias; limpeza de bueiros; cinco dias; e podas de árvores, até 120 dias.
O valor orçado anualmente também inclui gastos como aluguel do prédio (que varia entre R$ 20 mil e R$ 131 mil por mês, dependendo do tamanho e da localização da subprefeitura), pagamento de serviços de terceiros e custos administrativos, como salários, auxílio-transporte e auxílio-alimentação de funcionários.