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Grajaú possui campos ao redor de córregos e com poças de água

Buraco do Sapo é o único espaço esportivo e de lazer do Jardim Gaivotas, bairro do distrito do Grajaú, na zona sul

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Por: Redação

Publicado em 18.07.2016 | 14:28 | Alterado em 18.07.2016 | 14:28

Tempo de leitura: 3 min(s)

Um campo de terra alaranjada ao lado de um pequeno córrego é ocupado por rapazes aos fins de semana. O lugar por onde a bola corre entre as chuteiras se chama Buraco do Sapo e é o único espaço esportivo e de lazer do Jardim Gaivotas, bairro do distrito Grajaú, zona sul. O campo foi construído no ano 2000 pelos próprios moradores.

“A gente começou a limpar pensando em mais espaço para todo mundo brincar”, diz o metalúrgico Cristiano Oliveira, 30, ao contar a história da construção do campo. “Todo mundo faz a manutenção. Quando chove muito, o córrego transborda e a gente mesmo limpa. Abre espaço para a água correr”, completa Oliveira que costuma jogar nas tardes de sábado.

Iniciativas para se ter acesso a áreas de lazer e esporte também acontecem na Ilha do Bororé, bairro do mesmo distrito que margeia a represa Billings, como o Jardim Gaivotas. A Ilha, que na verdade é uma península, possui uma quadra poliesportiva construída pela prefeitura em 2010. A quadra substituiu um campo de várzea após reivindicações dos moradores. Todavia, o espaço não agradou a quem vive lá porque quando chove a água fica empossada por vários dias. Além disso, o projeto cobriu uma mina de água limpa.

Já o parquinho construído ao lado, recebeu brinquedos em mau estado. “Os brinquedos vieram enferrujados. Reclamamos e a prefeitura recolheu, mandou novos de madeira mas, que apodreceram com o tempo”, diz a assistente social Maria da Lapa Silva, 55, moradora da Ilha do Bororé e uma das pessoas que luta por melhorias na região.

De acordo com dados de 2014 compilados pela Rede Nossa São Paulo no Observatório Cidadão, o Grajaú possui 18 equipamentos esportivos públicos para uma população que ultrapassa 366 mil pessoas. Os dados ainda mostram que o distrito está na média e em melhor situação que outros locais, como Parelheiros, que conta com apenas três espaços públicos esportivos para pelo menos 142 mil habitantes.

Entre os 18 equipamentos do Grajaú, há 12 CDCs (Clubes da Comunidade), três campos de futebol e dois clubes inclusos nos CEUs (Centros de Educação Unificados). Os CDCs e os campos possuem administração indireta de entidades locais que trabalham com esporte. Porém, a rede esportiva não está bem distribuída por todo o distrito e a administração indireta pode gerar custos aos usuários. Segundo a Secretaria de Esportes da Cidade de São Paulo, os CDCs podem cobrar taxa mensal dos associados e alugar os campos e outros itens.

O 32xSP questionou a Subprefeitura do Capela do Socorro, responsável pelo Grajaú, sobre as áreas de esporte, entre elas a quadra da Ilha do Bororé e outro campo localizado no Parque Brasil ao lado de um grande córrego que transborda e causa alagamentos. Em nota, a subprefeitura informou que realiza limpeza frequente no córrego e, a respeito da quadra da Ilha do Bororé, fará uma vistoria para averiguar a reclamação dos moradores. Em relação à mina de água, disse que a consulta sobre a recuperação cabe à Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente. O questionamento foi feito, mas a secretaria não retornou até o fechamento da matéria.

A situação do Grajaú ilustra a satisfação negativa da população de São Paulo em relação ao lazer e esporte. O IRBEM (Indicadores de Bem Estar no Município), realizado pela Rede Nossa São Paulo e Ibope Inteligência, aponta que as duas áreas apresentam nota abaixo da média que é 5,5. As pesquisas do IRBEM são realizadas desde 2008.

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