Em 12 de março, um áudio vazado do cardiologista Fábio Jatene causou polêmica. Na época, ele dizia que ao menos 45 mil pessoas seriam infectadas pelo novo coronavírus só na Grande São Paulo. Houve reações a fala do especialista e quem minimizasse os impactos da Covid-19. Infelizmente, ao menos em parte a previsão estava certa.
Nesta quinta-feira (14), a região metropolitana ultrapassou os 46 mil casos de Covid-19, fora o número de pacientes que ainda aguardam resultado de exames ou que seguem apenas em isolamento sem ter feito os testes.
Da última semana para cá foram 9 mil novas confirmações de exames e uma alta de 21% de pessoas que foram infectadas. Em 13 de abril, pouco mais de um mês atrás, as 39 cidades contavam com 8.000 casos.
O número de mortes também tem avançado e chegou a 3.890. Destas, são 2.602 só em São Paulo. Na sequência aparece Osasco, única cidade a superar as 200 perdas, além da capital. A nível de comparação, ao longo dos 12 meses de 2009, o estado de São Paulo registrou 2.778 casos do tipo. Em dois meses, a Covid-19 matou superou essa marca.
Desde o começo da pandemia, a Agência Mural começou a informar os dados de cada cidade, informados por prefeituras e consórcios intermunicipais diariamente. A contabilização tem mostrado diferença para a atualização do governo do estado.
CIDADES COM MAIS CASOS
Proporcionalmente, quatro cidades ultrapassaram a marca de 20 perdas para cada 100 mil habitantes. Além de São Paulo, Osasco, Barueri e Caieiras vivem situação ainda mais grave.
A doença também se espalhou por toda a Grande São Paulo. Além de todos os municípios terem casos confirmados, praticamente todas também já registraram mortes. Apenas em Pirapora do Bom Jesus não há vítimas segundo a prefeitura, embora um caso esteja em investigação desde 23 de abril.
Nesta quinta-feira (14), dois óbitos foram confirmados em Biritiba Mirim, cidade do Alto Tietê a 70 km da capital, que tem menos de 20 mil moradores.
“Não trago boas notícias, tivemos dois casos confirmados de óbitos por covid-19, ambos do sexo masculino, um de 52 e outro de 97 anos”, disse o prefeito Walter Tajiri.
Os dois pacientes estavam internados em Mogi das Cruzes, município mais populoso da região. Com a confirmação, o prefeito de Biritiba voltou atrás na ideia de liberar celebrações nas igrejas da cidade.
“Ontem havíamos decretado a permissão dos cultos religiosos e por conta de todos esses acontecimentos, hoje revogamos esse decreto. Novas medidas em combate ao coronavírus serão adotadas em breve”, ressaltou.
A medida que o número de casos vem aumentando, as cidades têm buscado reforçar o pedido para que os moradores que puderem fiquem em casa e cumpram o isolamento.
A questão da quarentena tem tido resistência em boa parte da Grande São Paulo. É o caso da região norte, onde houve quase mil casos da Covid-19 e 103 óbitos por conta da Covid-19.
O governo do estado prorrogou o período até o final do mês de maio, para tentar aumentar o número de leitos. Algumas cidades vêm anunciando o aumento da capacidade.
Em São Bernardo do Campo, por exemplo, foram inaugurados mais 250 leitos na quinta-feira (25) para tratamento da Covid-19.
Infográficos: Fellipe Sales