“Nós chegamos aqui em 1962. Só tinha três casas e a gente ia pescar na represa Billings que era toda limpa, não tinha mato, nem nada”, conta a dona de casa Maria Aparecida de Araújo, 67, moradora do Jardim Raquel, periferia de Rio Grande da Serra, na Grande São Paulo.
Ela e sua irmã, Vilma dos Santos, 66, fazem parte do grupo de primeiros moradores da região, que teve a represa como fonte de sustento e base para suas condições de vida. Em 2025, o reservatório, um dos principais da Grande São Paulo, completa 100 anos.
“A gente pescava lá embaixo, era muito bom! Acredita que eu sonho com isso até hoje?”, relembra com emoção Maria Aparecida. Vilma acrescenta: “Se não tivesse a Billings, nós teríamos passado muito aperto”.
Hoje, os bairros mais próximos do reservatório enfrentam problemas de infraestrutura e falta de saneamento básico, o que se reflete diretamente na saúde da represa. O que antes eram braços de água usados para lazer e trabalho, agora se tornaram áreas tomadas por plantas aquáticas, indicando desequilíbrio no ecossistema.
A relação com as águas mudou. Confira no vídeo.
Essa reportagem faz parte do especial “Nas Margens da Billings“. Navegue por outras histórias e conheça as pessoas que transformam a represa em lar e fazem da preservação ambiental uma missão de vida.