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Duas irmãs, uma vida ribeirinha

Por: Artur Ferreira e Jacqueline Maria da Silva e Léu Britto e Rômulo Cabrera e Sarah Fernandes

“Nós chegamos aqui em 1962. Só tinha três casas e a gente ia pescar na represa Billings que era toda limpa, não tinha mato, nem nada”, conta a dona de casa Maria Aparecida de Araújo, 67, moradora do Jardim Raquel, periferia de Rio Grande da Serra, na Grande São Paulo.

Ela e sua irmã, Vilma dos Santos, 66, fazem parte do grupo de primeiros moradores da região, que teve a represa como fonte de sustento e base para suas condições de vida. Em 2025, o reservatório, um dos principais da Grande São Paulo, completa 100 anos.

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As irmãs Maria Aparecida e Vilma mostram fotos antigas da Billings e relembram passado ribeirinho @Léu Britto/ Agência Mural

Lixo acumulado nas margens da Billings, em Rio Grande da Serra

Em foto antiga, morador toma banho em local hoje coberto por vegetação aquática @Léu Britto/ Agência Mural

Nas fotos antigas, a memória de uma represa limpa, onde era possível nadar e pescar @Léu Britto/ Agência Mural

‘Eu ainda sonho que estou pescando na represa’, conta Maria Apareida @Léu Britto/ Agência Mural

Braço da Billings tomado por vegetação aquática, sinal de desequilibrio @Léu Britto/ Agência Mural

“A gente pescava lá embaixo, era muito bom! Acredita que eu sonho com isso até hoje?”, relembra com emoção Maria Aparecida. Vilma acrescenta: “Se não tivesse a Billings, nós teríamos passado muito aperto”.

Hoje, os bairros mais próximos do reservatório enfrentam problemas de infraestrutura e falta de saneamento básico, o que se reflete diretamente na saúde da represa. O que antes eram braços de água usados para lazer e trabalho, agora se tornaram áreas tomadas por plantas aquáticas, indicando desequilíbrio no ecossistema.

A relação com as águas mudou. Confira no vídeo.

Essa reportagem faz parte do especial “Nas Margens da Billings“. Navegue por outras histórias e conheça as pessoas que transformam a represa em lar e fazem da preservação ambiental uma missão de vida.

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