Os moradores de uma das regiões mais populosas da cidade de São Paulo, localizada no extremo leste, o Itaim Paulista têm sofrido com o abandono de espaços públicos para a leitura.
A Casa de Cultura era um dos pontos centrais onde diversos estudantes se reuniam para ler ou até mesmo solicitar o empréstimo de livros, mas há quase dois anos, o anexo de leitura encontra-se fechado por apresentar infiltrações e diversas irregularidades no prédio que podem ser prejudiciais para quem o frequenta.
“Estamos esperançosos com um novo ponto de leitura, que provavelmente virá junto com a transição do novo espaço da Casa”, disse o coordenador da Casa de Cultura, Emerson Alcalde.
Embora não haja previsão de abertura, o coordenador apontou que o layout da biblioteca será contemporâneo, contemplando a satisfação dos moradores com muitos puffs ao redor, e muitos livros novos à disposição. Ele ainda afirmou que a reforma não foi feita porque o prédio é alugado e a prefeitura não fará uma reforma em um espaço que não é seu.
“É muito triste a falta de espaços e acessos que o morador tem para a leitura, e quando temos, eles estão em péssimas condições. A única chance agora é continuar indo a espaços públicos abertos no centro, ou aproveitando locais como os CEUs (Centro Educacional Unificado) aqui na periferia”, lamentou a pedagoga Aline Silva, 25.
De acordo com os dados mais recentes do Observatório Cidadão, o Itaim Paulista é um dos distritos mais afetados com a falta não só de bibliotecas, mas também de livros. Há 0,02 livros infanto-juvenis para 27.191 jovens de 7 a 14 anos, por exemplo. Enquanto isso, o distrito da Consolação, no centro, há 5,27 livros para 2592 jovens na mesma faixa etária. O ideal é que haja dois livros per capta.