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Lixão em calçada de escolas da Brasilândia é um desafio para o gestor local

Segundo a Amlurb, foram identificados aproximadamente 155 pontos na região.

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Por: Redação

Publicado em 28.07.2017 | 15:38 | Alterado em 28.07.2017 | 15:38

Tempo de leitura: 4 min(s)

Quem anda pelos bairros da Brasilândia, na zona norte de São Paulo, pode perceber que pontos viciados de lixo são como uma praga local. O prefeito regional da Freguesia do Ó/ Brasilândia, Roberto Godoi, 34, encara o problema como um dos principais desafios da sua administração. “A gente tem se esforçado para tentar resolver com a revitalização física dos espaços e a conscientização ambiental”.

Ele conta que, segundo a Amlurb (Autoridade Municipal de Limpeza Urbana), foram identificados aproximadamente 155 pontos na região, mas que alguns em especial chamam a sua atenção. “Quando vejo um ponto em frente a uma escola, foco e tento resolver porque não dá para aceitar que a criança e o seu pai precisem desviar pela via pública, com risco de atropelamento, ou que passem por cima do lixo”.

No momento, a batalha é contra o descarte irregular na frente da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Senador Milton Campos, na Vila Icaraí. Godoi espera que o projeto Nossa Vila Limpa, apoiado pela prefeitura e realizado pelas empresas Inova e Loga, possa eliminar a sujeira constante da área.

“Esse projeto trabalha na conscientização ambiental do morador e isso é a chave da solução. Funcionou no Jardim Eliza Maria, onde havia uma situação crítica, e agora está para ser implantado no Milton Campos”, ​diz.

​​​Godoi reve​la a​inda que neste ano há planos para que seja desenvolvido outro Nossa Vila Limpa no Jardim Vista Alegre, também na Brasilândia, e orgulhou-se do fato. “São cinco em toda a cidade. Nós teremos três deles aqui”.

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Vista do distrito da Brasilândia (Crédito: Avelino Regicida)

Com os dois distritos (Freguesia do Ó e Brasilândia) para administrar, o servidor não esconde sua prioridade pela Brasilândia, já que a Freguesia é mais estruturada. “Como sei que a necessidade da Brasilândia é maior, foco aproximadamente de 75% a 80% dos serviços na região. Esse contraste precisa ser entendido pelo gestor”.

Sobre a Freguesia do Ó, enfrentar um pancadão no Largo da Matriz foi uma das suas ações iniciais. Reuniu órgãos de controle, como a Polícia Militar, GCM (Guarda Civil Municipal), CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), Conselho Tutelar e Consegs (Conselhos Estaduais de Segurança), para que atuassem dentro das suas estratégias a fim de um “amortecimento” da situação.

Durante o mês de fevereiro, a prefeitura regional fiscalizou os estabelecimentos comerciais das quintas-feiras aos domingos. Em parceria com casas de culturas locais, colaborou ainda no desenvolvimento de atividades como apresentações musicais, balé e a disponibilização de equipamentos de lazer para crianças.

“Existe essa necessidade de implantar essas políticas, porque senão fica pior. Não tenho nenhuma crítica ao funk. O problema é o descontrole social que ocorre em detrimento da ocupação inadequada. E se você ocupa de forma adequada, aquele que quer o contrário não vai conseguir”, assegura.

Contudo, Godoi reconhece a falta de opções de lazer na região. “Nós temos, por exemplo, a necessidade da implantação de parques. Não temos. Há um local que a população entende como adequada para o parque municipal da Brasilândia, mas que a propriedade do terreno ainda não está definida. A prefeitura não tem a titularidade”, afirma.

Ele diz que o prefeito João Doria (PSDB) tem sinalizado para transformação da área, com trechos de Mata Atlântica, em parque. Enquanto isso, Godoi diz fiscalizar o espaço de perto. “Já estive lá umas seis vezes porque há uma ocupação que não é simples. Ali tem áreas de riscos geológicos. É uma área particular ainda e a prefeitura não vai deixar que se torne totalmente um caos”, garante.

Godoi ressalta, porém, que não há uma previsão para o empasse envolvendo as questões jurídicas a respeito da posse do terreno. Essa pendência precisa ser resolvida pela Secretaria do Verde e Meio Ambiente.

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(Crédito: Prefeitura Regional da Freguesia do Ó/ Brasilândia)

Trajetória pública

A rotina diária do prefeito regional começa às 8h, envolvendo a leitura de e-mails, redes sociais, burocracias e tudo que precisa tomar conhecimento. Essa prática, Roberto Godoi conta ter adquirido dos anos de assessoria a outras chefias. “Fui assessor de coronel, sempre lia tudo antes deles assinarem e, apesar de confiar na minha equipe, ainda quero fazer esse trabalho que fazia lá atrás”.

Profissionalmente, iniciou sua carreira como aprendiz aos 16 anos, nos Correios. Depois passou pela Força Aérea, onde foi soldado especialista em administração, trabalhando seis anos no Hospital de Aeronáutica de São Paulo, na área de licitações. Cursou direito e se tornou estagiário na Secretaria de Direitos Humanos, na época Secretaria de Participação e Parcerias, onde cuidava de convênios públicos. Depois foi convidado para assumir a coordenação de administração e finanças na então subprefeitura de Perus, zona norte, por seis anos. Também trabalhou na Câmara Municipal e Assembleia Legislativa como assessor parlamentar.

Em dezembro do ano passado, foi convidado por Bruno Covas, vice-prefeito e secretário das Prefeituras Regionais, para assumir o cargo atual no seu território.

“Moro e conheço a região, mas como prefeito regional passei a conhecer melhor porque passei a ter a ótica dos problemas. Antes, eu olhava como um cidadão comum. Hoje, tenho um olhar mais técnico, procuro entender melhor as necessidades, para poder entrar com medidas de solução”, finaliza o gestor, como se identifica, que é morador da divisa entre a Freguesia do Ó e Pirituba.

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