Por um período da vida a escola é quase uma segunda casa. Mas será que todo mundo se sente confortável nela? Os alunos André Felipe e Maria Luiza Oliveira conseguiram fazer da Escola Estadual Oswaldo Aranha de Bandeira Melo, em Cidade Tiradentes, na zona leste de São Paulo, um lugar de vínculo e acolhimento. Como? Lendo autores negros.
Essa foi a proposta do professor de geografia Cleber Ferreira dos Santos, que achou que faltava identificação e representatividade dos alunos negros no ambiente escolar – tema extremamente importante quando se esta no quinto distrito da capital paulista com maior percentual de pessoas pretas e pardas (56%), segundo o Mapa da Desigualdade da Rede Nossa São Paulo, de 2022.
“Quando eu conto situações pelas quais passei aqui na mediação, não supreende. Muitos passaram por situações parecidas”, diz a aluna Maria Luiza Oliveira
“A mediação me deu outra visão da escola. Era uma obrigação, agora é minha segunda casa”, diz André Felipe, no canto superior direito @Léu Britto/ Agência Mural
Alunos exibem seus livros preferidos, todos escritos por autores negros @Léu Britto/ Agência Mural
“A discussão sobre a Carolina Maria de Jesus é um dos dos motores do projeto. Ela não era uma catadora que escrevia. Era uma escritora que coletava recicláveis”, conta professor Cleber @Léu Britto/ Agência Mural
Leitura conjunta é uma das estratégias e propostas do projeto @Léu Britto/ Agência Mural
Alunos debatem textos e promovem saraus para incentivar leitura de autores negros @Léu Britto/ Agência Mural
Para gerar pertencimento, estimular a auto-estima e fortalecer a cultura negra, Cleber fez valer a lei 11.645, que obriga o ensino de história da Cultura Afro-Brasileira e Indigena no currículo escolar. O docente assumiu a sala de leitura e iniciou um projeto de mediação de leitura de autores negros.
Conceição Evaristo, Machado de Assis, Lélia González, Maria Firmina dos Reis e Carolina Maria de Jesus estão entre os escritores favoritos dos alunos que, lendo e debatendo, aprendem que são eles os personagens principais na história do combate ao racismo.
“Os estudantes se reconhecem na literatura não como objeto, mas como protagonistas, como indivíduos que fazem parte da própria história”, pontua Cleber.
Mas como engajar os adolescentes na leitura? Como os livros podem ajudar a construir um ensino livre de preconceitos? Para ficar por dentro é só dar o play no sexto episódio da série de podcasts Vale Nota Ensino Médio, uma produção original da Agência Mural com apoio do Instituto Unibanco.
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