Mais do que conseguir um emprego, permanecer nele tem sido uma preocupação na vida de muita gente. Afinal, o medo do desemprego é o mais alto em 17 anos, segundo a última pesquisa divulgada pela CNI (Confederação Nacional das Indústrias). Janaína Cardoso Santiago, 29, mãe de uma menina de sete anos, há alguns meses temia perder o trabalho, mas agora já não conjuga mais o verbo no passado. Em março deste ano, ela foi dispensada do salão de beleza em um shopping, no qual trabalhava como ajudante. “Estou triste e angustiada, preciso arrumar um novo trabalho para tudo ficar melhor”, lamenta. Janaína mora no distrito de Vila Andrade, que faz parte da Subprefeitura do Campo Limpo. A região se encontra abaixo da média em relação ao número de empregos a cada 10 mil habitantes. Outras 15 subprefeituras, de um total de 32, encontram-se na mesma situação.
Segundo o Mapa da Desigualdade, em 2014 (último ano de apuração desse indicador) havia na Subprefeitura do Campo Limpo, que também engloba os distritos do Capão Redondo e Campo Limpo, 75 mil empregos. Estatística muito aquém da realidade vivida na Subprefeitura de Pinheiros, por exemplo, que no mesmo ano contava com 658 mil vagas de trabalho, ou seja, mais do que o dobro da população, que na época era de 292 mil habitantes.
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Esse abismo ainda é maior se comparado à Cidade Tiradentes, onde se concentra a menor oferta do município. Com apenas 6.875 vagas de emprego, a subprefeitura tem um índice de desigualdade 71 vezes menor que a região de Pinheiros. Em 2008, essa discrepância chegava a uma diferença de 117 vezes.
Ainda segundo o Mapa da Desigualdade, em 2012, ano com os dados mais recentes, exatamente metade das subprefeituras de São Paulo tinham as maiores taxas de desemprego. No rodapé da lista figuravam: Guaianases e Ermelino Matarazzo, ambas na zona leste. Das 32, apenas três estavam na média (Santana/Tucuruvi, Vila Maria/Vila Guilherme e Jaçanã/Tremebé, na zona norte). Já Lapa, Pinheiros e Butantã eram as campeãs na concentração de vagas de trabalho.
Procurando o job
Em São Paulo, a secretaria responsável pela área é a de Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo. Ela administra, por exemplo, o CAT (Centro de Apoio ao Trabalhador), que funciona como uma espécie de rede de postos de trabalho. São várias unidades espalhadas pela cidade. Algumas delas atuam junto à subprefeitura, como é o caso da CAT Penha, com a Subprefeitura da Penha.
Outra opção para quem procura trabalho é o Guia de Emprego das Periferias, plataforma gratuita que mapeia e divulga oportunidades de trabalho nas regiões periféricas da cidade. Lançada em fevereiro deste ano, já são mais de 10 mil usuários cadastrados e vagas disponíveis diariamente.
Foto: Valdecir Galor/SMCS