Há quase um ano, Aisha Costa está à procura de emprego. Agora já “maior de idade”, a estudante de ensino médio da zona leste de São Paulo vem sentindo na pele os desafios da busca pela primeira oportunidade de trabalho. “Ninguém quer dar emprego pra gente porque nós não temos muita experiência”, lamenta.
A experiência tem proporcionado algumas reflexões à jovem. Uma delas é a atitude paradoxal por parte dos empregadores: o enfoque na ausência de experiência e formação. “Nunca consigo nada porque nunca deixaram eu provar que eu consigo fazer e trabalhar bem. Se tivessem me dado um curso, já teria feito”, afirma ela que, já ouviu falar do programa Jovem Aprendiz, mas que, não sabe detalhes e nem como ingressar.A saga da jovem vem acontecendo desde que sua mãe perdeu o emprego. Para ajudar em casa, o itinerário de Aisha tem sido por agências que ofereciam vagas no perfil dela (a partir de cadastrados em sites de emprego), depois migrou para a entrega física de currículo nas ruas do centro da capital.
Sem habilidades comprovadas, o sonho de ocupar uma vaga se distancia ainda mais. Segundo Maria Carmen Christovão, gerente socioeducacional da Espro, a falta de experiência é um fator preocupante para o jovem. “As empresas estão cada vez mais competitivas e, consequentemente, mais exigentes na hora da contratação. A pouca ou nenhuma experiência no mercado faz com que os jovens necessitem de capacitação”, ressalta.
Possibilidades
Para amenizar esta realidade nasceu o Programa Jovem Aprendiz. Criado pelo Ministério do trabalho e Emprego, há 11 anos a iniciativa se propõe a oferecer, com mais facilidade, oportunidades para que os jovens possam ser inseridos no mercado de trabalho. O programa funciona a partir da união entre o emprego e um curso que proporciona aprendizagem e qualificação.
Confira as 6 principais dúvidas sobre o programa Jovem Aprendiz
Segundo Maria Carmem, ao adotar o programa as empresas também se beneficiam. “Há valorização da imagem pelo apoio a um Programa Social, além de aproveitar os novos talentos, uma vez que o Aprendiz já possui o conhecimento da cultura empresarial e dos processos, o que o leva a desempenhar a função com maior facilidade do que alguém que venha de fora”, acrescenta.
Os requisitos básicos para a participação dos jovens no programa são, ter idade entre 14 e 24 anos. O candidato também necessita ter concluído ou estar cursando/matriculado no ensino fundamental. O programa também tem a característica de ajudar jovens em situação social vulnerável, que estejam matriculados em instituições públicas de ensino e atende também os portadores de deficiência.
“A conscientização das empresas das vantagens em se investir em novos talentos, vendo o período de Aprendizagem como um investimento a médio prazo, ou seja, reconhecer os benefícios do programa Jovem Aprendiz”, conclui a gerente da Espro.
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