Era 2007. Os escritores Raquel Almeida e Michel Yakini costumavam atravessar a cidade para recitar e ouvir poesia na Zona Sul de São Paulo. Um dia, ao pegar o trem voltando de um desses eventos, tiveram a ideia: e se criassem o próprio sarau?
Bastou unir poetas, microfone aberto e o Bar do Santista para nascer o Sarau Elo da Corrente, que acontece todos os meses na Rua Jurubim, em Pirituba. Há 10 anos no mesmo local, o evento literário veio tomando importância no bairro e na cena literária da cidade.
Claudio Santista, poeta e dono do bar, relata que o estabelecimento já chegou até a ser lacrado por sediar o evento. “O começo foi meio desanimador… Mas o que valeu a pena foi esse intercâmbio entre os saraus periféricos. É o que deu essa força para seguir”, explica.
Para Raquel, enquanto o bairro não teve muitas mudanças durante este tempo, a cena da cultura local se transformou desde o surgimento do sarau. “A mudança maior que eu percebo são os coletivos ressurgindo, retomando suas atividades”, avalia.
A última edição, em julho, foi dedicada a comemorar o aniversário do Sarau. Ela recebeu os parceiros do Samba do Congo e do Sarau da Brasa, ambos do bairro vizinho Brasilândia, além dos poetas de todas as idades que frequentam o evento.
A Agência Mural acompanhou a edição de aniversário do Sarau Elo da Corrente. Confira no vídeo:
Lara Deus é correspondente de Pirituba.
laradeus@agenciamural.org.br