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O que é melhor para a população em situação de rua?

Por: Redação

Morador em situação de rua em São Paulo (Léu Britto)

De acordo com a pesquisa “Viver em São Paulo: Assistência Social na Cidade”, divulgada nesta quarta-feira (18), a maioria dos paulistanos aponta a criação de novas políticas públicas de moradia e a ampliação de centro de acolhidas como as principais medidas para tratar a questão de pessoas em situação de rua na cidade. Estima-se que entre 20 mil e 25 mil pessoas vivam nessas condições.

O levantamento foi realizado pela Rede Nossa São Paulo em parceria com o Ibope Inteligência e é dividido em cinco temas: cracolândiapessoas em situação de rua, crianças e adolescentes, violência doméstica e familiar; e, por fim, renda básica.

Foram ouvidas 800 pessoas, sendo a zona leste a região com maior amostra, com 35%, seguido pela zona sul (32%), norte (20%), oeste (10%) e centro (4%).

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65% dos entrevistados apoiam a expansão das Unidades de Atendimento Diário Emergencial (ATENDE), além da criação de mais centros de acolhida e da ampliação da rede de acolhida socioassistencial, que é um conjunto de serviços dados pela Prefeitura para pessoas que estão em situação de vulnerabilidade pessoal, social e econômica.

Esta é a solução mais citada em todas as regiões da cidade, exceto na zona norte, onde 38% da população aponta que oferecer curso de capacitação profissional seja a melhor opção. Outros 37% da região acredita na criação de medidas que incentivam a contratação de pessoas em situação de rua como forma de ajudar a melhorar essa questão.

É na zona norte que está a regional que apresenta o quarto maior índice de moradores de rua em relação ao total de habitantes.

A prefeitura regional de Santana/Tucuruvi aparece, de acordo com os últimos números do Mapa da Desigualdade, atrás apenas de regiões como Sé (centro), Mooca (zona leste) e Lapa (zona oeste) no quesito quantidade de pessoas em situação de rua.

A prefeitura regional de Santana/Tucuruvi afirma que realiza rotineiras ações de zeladoria na região próxima às linhas do Metrô, e reitera que “os serviços são antecedidos por abordagens aos moradores de rua, tentando encaminhá-los aos equipamentos da região”.

Em entrevista ao 32xSP em abril de 2017, Rosmary Corrêa até sugeriu, como alternativa para capacitar essa população,  o uso do pátio da regional para cursos de jardinagem.

“Na hora em que estiverem prontos, quando aprenderem, dá para conversar com síndicos e zeladores oferecendo o trabalho desses novos profissionais. Todo mundo procura jardineiro, pois não há mão de obra suficiente”, propôs ela.

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Na ocasião, a prefeitura afirmou que Prefeitura e Secretaria de Assistência Social estavam verificando essa política de apenas abrigamento.

“São pequenas coisas que você consegue botar em prática, sem grande custo, devolvendo a dignidade. Tem gente que está na rua, mas não é porque quer, mas porque não consegue sair”, completou à época.

DE OLHO NAS METAS

De acordo com Programa de Metas (2017-2020), a Prefeitura promete assegurar acolhimento para, no mínimo, 90% da população em situação de rua na capital paulista.

Segundo informações do site Planeja Sampa, estima-se que a cidade tenha entre 20 mil a 25 mil pessoas nessas condições, sendo 3% delas crianças. Enquanto a população de São Paulo cresce, em média, 0,7% ao ano, a quantidade de moradores em situação de rua aumenta 4,1%.

Já outra meta é gerar oportunidades de inclusão produtiva, por meio das ações de qualificação profissional, intermediação de mão de obra e empreendedorismo, para 70 mil pessoas que vivem em situação de pobreza, especialmente para a população em situação de rua.

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