A Prefeitura Regional de Ermelino Matarazzo, no extremo leste da capital paulista, divulgou, há três meses, um relatório do primeiro ano de gestão. No documento são apresentadas obras, projetos, programas e reuniões . Na região vivem mais de 200 mil habitantes em 15,10 km de extensão.
Em 2017, o orçamento liberado para o prefeito regional Arthur Xavier foi de pouco mais de R$ 22 milhões — R$ 9 milhões a menos do que o solicitado.
No balanço, a regional mostra que quase 830.000 m² de mato foram cortados. No entanto, moradores alegam que reparos foram insuficientes.
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“A prefeitura não está fazendo tudo o que diz fazer. Olha o estado que está aqui. A maior sujeira, sem cortar os matos”, diz Lucas Duarte Militão, 19, acenando para terreno vazio ao lado da escola municipal Octavio Mangabeira. A área, que fica há poucos passos de um Ecoponto, acumula lixo, matagal alto e objetos descartados.
De acordo com moradores, a falta de limpeza tem tornado o local propício para a infestação de animais que podem causar doenças. “Um dia em que eu estava descendo as escadas durante à noite e tinha uma aranha muito grande. Ela passou em cima do meu pé e da minha prima. Ninguém sabe se ela era venenosa. E ela estava ali, junto com os ratos e aranhas”, conta a estudante de administração Ângela Mendonça, 20.
A funcionária pública Jaydete Gagliamole, 59, explica que “durante o período de aulas, costumam cuidar mais dessa área. Já nas férias fica mais largado”.
Já Gláucia Mendonça, 53, mãe de Ângela, confirma que há alguns reparos periódicos na área e recrimina o mau comportamento de parte da população.
“Construíram um Ecoponto ao lado do matagal e, mesmo assim, as pessoas têm preguiça de jogar o lixo no lugar certo. Não adianta colocar a culpa só na prefeitura.”
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Já o técnico de referigeração Ricardo Fernandes, 50, contesta os números apresentados no balanço. “Quem é morador do bairro sabe que esse relatório sozinho não é verdadeiro. Ele é muito mais político do que prático, considerando a extensão da zona”, ressalta.
Fernandes afirma que os problemas são muito maiores do que a falta de poda no matagal. “Eu, que saio para trabalhar de madrugada, encontro muitas lâmpadas apagadas que não foram trocadas, árvores sem poda que estão prendendo a fiação elétrica e muitos buracos nas ruas. Em algumas delas, até a parte de esgoto está sendo deixada a desejar. Na rua Dario Costa Matos tem um que vaza e transborda quando chove”, exemplifica.
No relatório, a administração afirma ter realizado a poda de 2.945 árvores e a limpeza de 2.543 bocas de lobo, além de ter tapado 4.530 buracos.
“A prefeitura regional está emitindo esse relatório porque estamos próximos das eleições e eles precisam fazer propaganda para emplacar os seus candidatos”, sugere Ricardo, insatisfeito com a situação atual de Ermelino Matarazzo.
Além de Ermelino Matarazzo, outras prefeituras regionais publicaram relatórios de gestão como Butantã, Lapa e M’Boi Mirim.
OUTRO LADO
Procurada, a prefeitura regional afirma que o orçamento de R$ 29.543.378,00 para a região de Ermelino Matarazzo em 2018 é superior em quase R$7 milhões ao do ano passado.
“Em março, a cidade receberá cem novas equipes de zeladoria que serão distribuídas em toda a cidade. Neste ano quase mil buracos foram tapados na região e mais de 30 mil em toda a cidade”, explica.
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http://32xsp.org.br/2017/05/08/ermelino-matarazzo-uma-das-muitas-quebradas-da-zona-leste-da-cidade/